Açoriano Oriental
Elétrica dos Açores vai construir central na Lagoa das Furnas para armazenar energia
A Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA) está a projetar para 2017 a construção de uma central hídrica reversível na Lagoa das Furnas, ilha de São Miguel, estimada em 30 milhões de euros, para armazenar energia.
Elétrica dos Açores vai construir central na Lagoa das Furnas para armazenar energia

Autor: Lusa/AO Online

Fonte da elétrica açoriana declarou à agência Lusa que “neste momento não é possível aumentar a taxa de penetração de energias renováveis em São Miguel sem que haja um processo de armazenagem de energia”.

“A central hídrica reversível permite armazenar energia durante a noite, através da bombagem da água da Lagoa das Furnas para um reservatório artificial a uma cota a cerca de 220 metros do nível das águas da lagoa, e recuperar cerca de 75% desta mesma energia durante o dia através da turbinação da água proveniente do reservatório artificial”, referiu.

A mesma fonte explicou que a penetração de energia renovável na produção de eletricidade em São Miguel “atingirá este ano um valor recorde, próximo dos 55%”, e à noite o parque eólico dos Graminhais “está reduzido praticamente a zero, especialmente no inverno”, quando a produção de energia hídrica e geotérmica é mais significativa.

De acordo com a elétrica açoriana, esta tecnologia vai melhorar em muito a oxigenação da lagoa e permitir a filtração das partículas em suspensão da lagoa, reduzindo a sua turvação, e vai também conter as afluências diretas das pastagens circundantes.

A EDA está neste momento a desenvolver o estudo prévio e de integração paisagística e o estudo de impacte ambiental da central hídrica reversível, em parceria com a Direção Regional do Ambiente dos Açores.

“Contamos no próximo ano terminar o estudo prévio e de integração paisagística, bem como o estudo de impacte ambiental. Após consulta pública e aprovação pelas entidades competentes, e caso haja financiamento através do novo Quadro Comunitário de Apoio, passaremos à fase de projeto e de lançamento do concurso público para a sua construção”, referiu a fonte da empresa.

“O modo como a água é captada, a localização da captação, a velocidade a que a água é captada ou devolvida serão parâmetros a ter em conta na execução do projeto, pelo que se pode garantir que quer a bombagem quer o turbinamento serão efetuados de modo a não produzir qualquer efeito do tipo ambiental”, acrescentou.

A EDA está ainda a estudar sistemas de filtração com areia para diminuir as partículas em suspensão na lagoa, nas quais se encontra, em grande parte, o excesso de azoto e fósforo que provocam a eutrofização.

O projeto para salvar a Lagoa das Furnas de se transformar num pântano e que tem levado à limpeza e reconversão de centenas de hectares nas encostas envolventes recebeu já o Prémio Nacional de Paisagem.

 

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