Autor: Lusa/AO Online
Fonte da elétrica açoriana declarou à agência Lusa que “neste momento não é possível aumentar a taxa de penetração de energias renováveis em São Miguel sem que haja um processo de armazenagem de energia”.
“A central hídrica reversível permite armazenar energia durante a noite, através da bombagem da água da Lagoa das Furnas para um reservatório artificial a uma cota a cerca de 220 metros do nível das águas da lagoa, e recuperar cerca de 75% desta mesma energia durante o dia através da turbinação da água proveniente do reservatório artificial”, referiu.
A mesma fonte explicou que a penetração de energia renovável na produção de eletricidade em São Miguel “atingirá este ano um valor recorde, próximo dos 55%”, e à noite o parque eólico dos Graminhais “está reduzido praticamente a zero, especialmente no inverno”, quando a produção de energia hídrica e geotérmica é mais significativa.
De acordo com a elétrica açoriana, esta tecnologia vai melhorar em muito a oxigenação da lagoa e permitir a filtração das partículas em suspensão da lagoa, reduzindo a sua turvação, e vai também conter as afluências diretas das pastagens circundantes.
A EDA está neste momento a desenvolver o estudo prévio e de integração paisagística e o estudo de impacte ambiental da central hídrica reversível, em parceria com a Direção Regional do Ambiente dos Açores.
“Contamos no próximo ano terminar o estudo prévio e de integração paisagística, bem como o estudo de impacte ambiental. Após consulta pública e aprovação pelas entidades competentes, e caso haja financiamento através do novo Quadro Comunitário de Apoio, passaremos à fase de projeto e de lançamento do concurso público para a sua construção”, referiu a fonte da empresa.
“O modo como a água é captada, a localização da captação, a velocidade a que a água é captada ou devolvida serão parâmetros a ter em conta na execução do projeto, pelo que se pode garantir que quer a bombagem quer o turbinamento serão efetuados de modo a não produzir qualquer efeito do tipo ambiental”, acrescentou.
A EDA está ainda a estudar sistemas de filtração com areia para diminuir as partículas em suspensão na lagoa, nas quais se encontra, em grande parte, o excesso de azoto e fósforo que provocam a eutrofização.
O projeto para salvar a Lagoa das Furnas de se transformar num pântano e que tem levado à limpeza e reconversão de centenas de hectares nas encostas envolventes recebeu já o Prémio Nacional de Paisagem.
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