Autor: Lusa/AO Online
Reeleita pelo Parlamento Europeu há um mês, a 18 de julho passado, como presidente da Comissão Europeia, Von der Leyen enviou na semana seguinte cartas a todas as capitais a solicitar aos Estados-membros que propusessem até 30 de agosto dois candidatos – um homem e uma mulher, em nome do equilíbrio de género – para o posto de comissário europeu para o executivo comunitário 2024-2029.
A sensivelmente duas semanas do final do prazo, a maioria dos Estados-membros já designaram quem desejam que ocupe um lugar no colégio de comissários – caberá depois a Von der Leyen fazer a distribuição das pastas -, mas, embora em teoria só os países que reconduzem comissários não tivessem de apresentar dois nomes, praticamente todos ignoraram o pedido expresso da presidente da Comissão de avançarem com duas alternativas, argumentando que a escolha é uma prerrogativa dos governos nacionais.
Quando ainda falta nove países avançarem com os candidatos a comissários, a lista atual de nomes propostos para o próximo colégio contempla 12 homens e seis mulheres (Von der Leyen incluída), sendo que sete candidatos a comissários transitam da Comissão ainda em funções.
A primeira Comissão presidida por Von der Leyen (2019-2024) tinha 12 mulheres (incluindo a própria presidente do executivo e a comissária escolhida por Portugal, Elisa Ferreira) e 15 homens.
Aquando da sua reeleição, no mês passado, a líder do executivo comunitário precisou que iria “entrevistar os candidatos a partir de meados de agosto para escolher os mais bem preparados e que partilhem o compromisso europeu”, reiterando que o seu objetivo era garantir “uma quota-parte igual de homens e mulheres no colégio de comissários”.
À exceção de Ursula Von der Leyen, reeleita presidente por uma margem mais folgada do que aquela obtida há cinco anos, todos os outros nomes propostos para o executivo comunitário, incluindo o da primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, designada pelo Conselho Europeu para ser a alta representante da UE para a Política Externa e de Segurança, têm de se sujeitar a audições perante as comissões parlamentares competentes do Parlamento Europeu e receber o seu aval numa votação em bloco.
As audições públicas decorrerão no Parlamento entre outubro e novembro, esperando-se que a segunda Comissão Europeia liderada por Von der Leyen inicie funções no final do corrente ano, sendo que o antigo primeiro-ministro português António Costa assume a presidência do Conselho Europeu a 01 de dezembro.
Eis uma listagem das escolhas dos Estados-membros para o colégio de comissários do executivo comunitário para a legislatura 2024-2029:
Países que já anunciaram nomes candidatos (* nos casos de reconduções )
Alemanha: Ursula Von der Leyen, Presidente da Comissão (*).
Áustria: Magnus Brunner.
Croácia: Dubravka Suica (*).
Chéquia: Josef Síkela.
Eslováquia: Maros Sefcovic (*).
Eslovénia: Tomaz Vesel.
Espanha: Teresa Ribera.
Estónia: Kaja Kallas, Alta Representante para a Política Externa e de Segurança.
Finlândia: Henna Virkkunen.
França: Thierry Breton (*).
Grécia: Apostolos Tzitzikostas.
Hungria: Olivér Várhelyi (*).
Irlanda: Michael McGrath.
Letónia: Valdis Dombrovskis (*).
Malta: Glenn Micallef.
Países Baixos: Wopke Hoekstra (*).
Polónia: Piotr Serafin.
Suécia: Jessika Roswall.
Países que ainda não anunciaram os respetivos candidatos ao colégio da Comissão
Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Portugal e Roménia.