Açoriano Oriental
China lança campanha para combater conteúdo online que incita ao "conflito e à violência"

A Administração do Ciberespaço da China lançou uma campanha de dois meses para eliminar conteúdos e práticas em linha que “alimentam confrontos entre grupos”, “espalham pânico ou ansiedade”, “promovem a violência” e “amplificam discursos pessimistas”

China lança campanha para combater conteúdo online que incita ao "conflito e à violência"

Autor: Lusa/AO Online

Segundo um comunicado oficial, a medida será aplicada em redes sociais, plataformas de vídeos curtos e transmissões em direto, com revisão de temas, listas de tendências, sistemas de recomendação, comentários e mensagens sobrepostas durante a reprodução de conteúdos.

O plano dá prioridade à repressão de “incitação à confrontação” entre grupos, referindo casos em que temas da atualidade são usados para associar, de forma forçada, identidade, origem ou género a determinados comportamentos com o objetivo de estigmatizar. Também menciona ações coordenadas de fãs ou adeptos para “insultar, desqualificar ou apresentar denúncias em massa”.

O organismo indica ainda que pretende eliminar conteúdos que “espalham pânico ou ansiedade”, como alertas falsos sobre desastres, emergências ou operações policiais, divulgação de alegada “informação privilegiada” e rumores sobre economia, finanças, políticas públicas ou questões sociais.

A campanha visa igualmente “teorias da conspiração”, o uso de perfis fictícios de “mestres” ou “especialistas” para vender cursos ou produtos com promessas ligadas ao emprego, educação ou relações pessoais.

O regulador ordena ainda a remoção de vídeos encenados com lutas físicas, imagens violentas, maus-tratos a animais ou automutilação, bem como conteúdos que “embelezem” a violência através de edição com recurso a inteligência artificial.

A operação pretende também conter a “amplificação de discursos pessimistas”, incluindo a repetição de ideias como “estudar e trabalhar é inútil”.

Nos últimos anos, as autoridades chinesas lançaram várias campanhas contra comportamentos considerados indesejáveis nas redes sociais, como a ostentação de riqueza, a divulgação de “informação falsa”, conteúdos “inapropriados” ou a promoção de “valores erróneos”, resultando no encerramento de milhares de contas.

A China é o país com o maior número de utilizadores de Internet no mundo – mais de 1.100 milhões –, mas também um dos que impõem maior controlo sobre os conteúdos. Serviços populares a nível global, como Google, Facebook, X (antigo Twitter) ou YouTube, estão bloqueados no país há vários anos.

 


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