Autor: Paula Gouveia
Contudo, é necessária a publicação de um despacho do Governo Regional a permitir a sua contratação.
O diretor regional da Saúde, Berto Cabral, adianta que, com a publicação do Plano e Orçamento da Região para 2021, que deverá acontecer nos próximos dias, será publicado também um despacho conjunto dos secretários regionais da Saúde e das Finanças.
Berto Cabral explica que foi introduzida uma norma no Plano, que acaba de ser aprovado no parlamento, dispensando de formalismos a contratação em regime de prestação de serviços. E estes instrumentos legais irão permitir a contratação de enfermeiros, mas também farmacêuticos, administrativos e médicos, para reforçar processo de vacinação contra a Covid-19 e a testagem também, acautelando eventuais surtos ou um aumento de testes de passageiros à chegada à Região, adianta o diretor regional.
“Com o
aumento do número de vacinas a chegar, será necessário vacinar ainda
mais”, e, como tal é necessário acautelar os recursos humanos para o
efeito, diz, reparando que “mesmo com as férias condicionadas”, é
preciso ter isso em conta, tal como o facto de haver profissionais que
são pais e que têm de ficar com os filhos que estão em ensino à
distância em casa.
“Interessa ter um mecanismo ágil que permita afetar mais profissionais sempre que se justifique”, sublinha Berto Cabral.
Segundo Pedro Soares, da Ordem dos Enfermeiros nos Açores, a lista de enfermeiros disponíveis abrange todas as ilhas, à exceção de Santa Maria, Graciosa, São Jorge e Flores, “ilhas onde o número de enfermeiros é muito baixo, e que por isso não têm tempo extra para disponibilizar”.
Recorde-se
que a Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel (USISM) decidiu, na semana
passada, reduzir a sua atividade assistencial em algumas áreas para
poder reforçar a vacinação em todos os concelhos da ilha, reorganizando
os seus recursos humanos para acelerar a vacinação.
Do ponto de
vista de Pedro Soares, foi uma decisão acertada: “existem em São Miguel
4000 vacinas para serem dadas, e a USISM não se pode dar ao luxo de as
continuar a guardar sem as inocular”. O representante dos enfermeiros
adianta que a Ordem participou numa reunião com a tutela, onde uma das
propostas que apresentou foi precisamente a redução assistencial em
algumas áreas quando necessário. “Agora foi a USISM, mas tenho quase a
certeza absoluta que vamos ter de fazer isso em quase todas as ilhas”,
diz mesmo.