Autor: Lusa/AO Online
“Este é um Orçamento que é uma obra de ficção. E é uma obra de ficção que nem os próprios autores conseguem explicar bem, porque houve uma alteração substancial entre a anteproposta e a proposta ao nível do endividamento e das receitas”, apontou o deputado bloquista, no final de dois dias de audições aos membros do Governo, realizadas na sede do parlamento, na cidade da Horta.
A bancada do BE critica também a existência de verbas, provenientes de fundos comunitários, que não estavam inicialmente previstas naqueles documentos, como é o caso de cerca de 40 milhões de euros que “aparecem não se sabe bem de onde” e em relação aos quais o Governo não terá sabido explicar “com pormenor” a proveniência.
“Também não se percebe qual é o objetivo do endividamento que vai ser contraído”, advertiu António Lima, recordando que, inicialmente, o executivo liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, dizia que se destinava a “minimizar o impacto da covid-19 na região”, mas afinal, “80 milhões de euros são para a SATA”.
Os bloquistas açorianos alegam que não têm “qualquer confiança” nestas propostas de Plano e Orçamento para 2022, admitindo que, da forma como estes documentos estão redigidos, “não restam muitas hipóteses” a não ser votar contra.