Autor: Lusa/AO Online
Segundo a Síntese Económica de Conjuntura de março do Instituto Nacional de Estatística (INE), “o indicador de clima económico registou de fevereiro para março a maior redução da série, atingindo o valor mínimo desde dezembro de 2014” e o indicador de confiança dos consumidores "registou uma redução significativa face ao mês anterior, a maior desde setembro de 2012 e atingindo o valor mínimo desde fevereiro de 2016”.
“Esta evolução deveu-se sobretudo às expetativas relativas à evolução da situação económica do país, que registaram o valor mínimo desde dezembro de 2013” na sequência da crise gerada pela pandemia de covid-19, refere.
De acordo com a informação hoje divulgada, o indicador de clima económico diminuiu em março para os 1,8 pontos, face aos 2,2 pontos de fevereiro, enquanto o indicador de atividade económica, disponível até fevereiro, diminuiu para 1,4 pontos face aos 1,6 pontos de janeiro.
Segundo o INE, “todos os indicadores de confiança das empresas diminuíram em março, assinalando-se em particular as fortes reduções no comércio e nos serviços”.
O indicador qualitativo do consumo privado registou em março, face ao mês anterior, “a redução mais intensa desde fevereiro de 2009, retrocedendo para valores observados no final de 2014”.
Já o indicador de confiança da indústria transformadora diminuiu para o valor mais baixo desde outubro de 2013, devido ao contributo negativo do saldo das opiniões da procura global e sobretudo das perspetivas de produção, tendo esta última componente apresentado o valor mais baixo desde dezembro de 2012.
Quanto ao indicador de confiança da construção e obras públicas, “diminuiu nos últimos dois meses, de forma mais significativa em março, interrompendo a tendência crescente observada desde dezembro de 2012”, sendo que “a evolução do indicador no último mês refletiu o significativo agravamento do saldo das opiniões sobre a carteira de encomendas, uma vez que a componente sobre as perspetivas de emprego apresentou um ligeiro aumento”.
O INE refere que “o indicador de confiança do comércio diminuiu de forma acentuada em março, atingindo o valor mínimo desde dezembro de 2014”, tendo esta evolução refletido o contributo negativo das perspetivas de evolução da atividade e das opiniões sobre o volume de vendas.
O indicador de confiança dos serviços diminuiu, por sua vez, para o valor mais baixo desde outubro de 2013, “em resultado do contributo negativo de todas as componentes, destacando-se a evolução negativa das opiniões e perspetivas sobre a evolução da carteira de encomendas”.
O indicador de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF - investimento) acelerou em fevereiro, suspendendo o perfil de abrandamento registado desde maio, tendo esta aceleração resultado sobretudo do ligeiro contributo positivo da componente de material de transporte, após ter apresentado contributos negativos desde julho.
No mesmo sentido, verificou-se um maior contributo positivo da componente de construção e um contributo negativo menos intenso da componente de máquinas e equipamentos.
Em termos nominais, as exportações passaram de uma variação homóloga de 5,9% em janeiro para 3,4% em fevereiro, ressalvando o INE que “o contexto atual da pandemia covid-19 pode ter já perturbado, ainda que muito parcialmente, os procedimentos de obtenção da informação primária utilizada para obter as estimativas do comércio internacional de bens”.
Já as importações nominais de bens registaram uma variação homóloga de 0,7% em fevereiro (-0,2% em janeiro).