Autor: Rafael Dutra
A Associação de Guias de Informação Turística dos Açores (AGITA) revela que existem muitos trabalhadores que não estão devidamente certificados para “corresponder à atividade e para corresponder à qualidade que a atividade exige”, por essa razão, defende que o Governo Regional tem de demonstrar maior preocupação com a fiscalização desta matéria.
Em declarações ao Açoriano Oriental, Paulo Bettencourt explica que é necessário haver profissionais certificados a realizar visitas ao património da Região, mas também ao património nacional e da UNESCO.
De igual modo, é preciso certificação profissional de guias em visitas que decorram “em património natural, quer seja monumento natural, quer seja reserva natural “.
Neste sentido, Paulo Bettencourt indica que estas visitam podem ser conduzidas por guias de Parque Natural, mas também por guias e intérpretes regionais e os profissionais de informação turística.
Não obstante haver muitas pessoas com “vontade de trabalhar”, o presidente da AGITA reforça que existem muitos profissionais sem certificação e, por esse motivo, declara que é preciso haver, por parte da tutela, “alguma preocupação em ter alguma fiscalização nesse sentido” e urge à Direção Regional do Turismo para fazer inspeções.
Esta fiscalização, para Paulo Bettencourt, irá proteger pessoas que estão a “gastar dinheiro para retirar um curso e exercer uma atividade, como o caso dos guias de Natureza e Património”, da Universidade dos Açores (UAc).
Recorde-se que a licenciatura em Natureza e Património tem uma nova designação, passando agora a ser licenciatura de Guias de Natureza e Património, curso que foi homologado pela Direção Regional de Qualificação Profissional e Emprego, de acordo com despacho publicado ontem em Jornal Oficial, que permite aos graduados o exercício da profissão de guia de informação turística.
Para a associação, esta licenciatura, bem como a licenciatura e pós-graduações em turismo, é algo positivo, porque traz pessoas “com algum conhecimento” à área, embora precisem ainda de fazer estágio”.
“Até agora uma grande parte dos guias que estavam a entrar na animação turística eram pessoas que não tinham conhecimento, tinham adquirido conhecimento ao longo da atividade”, refere Paulo Bettencourt, acrescentando que, agora, com estes cursos, já entram profissionais com “conhecimentos bastante substanciais”.
No entanto, estes recém-licenciados têm de ser acompanhados “por um guia mais experiente”, porque, segundo o presidente da AGITA, “ é difícil trabalhar com um grupo sem qualquer orientação”, por isso têm de ser integrados na atividade.