Autor: Lusa/AO Online
Durante a apresentação, que decorreu hoje no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, Duarte Freitas avançou que o Fórum será composto por cinco conferências virtuais (“webinars”) e por um evento presencial em novembro.
“Estes 'webinars' serão associados a uma série de sessões participativas nas diferentes ilhas que pertencem à rede de escolas profissionais da região”, declarou.
Segundo o secretário regional, os eventos virtuais irão decorrer entre “final de maio e meados de setembro” e irão permitir fazer um “levantamento prévio das necessidades e da visão coletiva de todos os intervenientes sobre o ecossistema da formação” nos Açores.
“Desta reflexão resultará um livro branco, a editar em janeiro de 2022, onde se consubstanciarão as reflexões produzidas e se apontarão as grandes linhas de orientação das políticas de qualificação profissional para um horizonte de 10 anos”, destacou.
Duarte Freitas realçou que, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, os Açores têm uma população ativa de 121.552 pessoas, estando 6.950 pessoas inscritas nas agências de emprego da região, segundo os dados mais recentes.
Das pessoas inscritas nas agências de emprego do arquipélago, 3.067 têm menos de 35 anos e 3.132 não têm o 9.º ano de escolaridade.
O governante disse ainda existirem 2.115 jovens com idade igual ou inferior a 29 anos e que não têm emprego nem estão a estudar, o que totaliza “30,36% do total dos inscritos nas agências de emprego”.
“Tal não será, infelizmente, surpreendente, na medida em que temos uma taxa de abandono escolar precoce registada na região de 27%, mais de três vezes superior à da média nacional, que é de 8,9%”, acrescentou.
E prosseguiu: “é nosso objetivo perante este cenário avançar, nos próximos dois anos, com uma formação de largo espetro, aumentando as qualificações básicas dos desempregados e introduzindo módulos de formação nas medidas de inserção socioprofissionais”.
Duarte Freitas avançou que os programas ocupacionais vão ter módulos de formação, defendendo que as “pessoas não podem permanecer seis a oito anos em sucessivos programas de ocupação, na precariedade da precariedade, sem ganharem novas competências”.
O secretário regional disse ainda ser “crucial” conseguir “melhorar a perceção pública” sobre a formação profissional e conseguir formar técnicos em áreas que “carecem de recursos humanos”.
“Temos de formar especialistas na área da transição energética e ambiental e no campo da sustentabilidade da exploração dos recursos, potenciando áreas de negócio focadas no aproveitamento dos recursos endógenos dos Açores”, afirmou o governante do executivo regional, de coligação PSD/CDS-PP/PPM.
A comissão organizadora do Fórum da Qualificação Profissional é composta por Fernando Diogo (em representação do Conselho Económico e Social), Maria José Bicudo (em representação da Universidade dos Açores), Domingos Borges (da Associação Nacional de Escolas de Formação Profissional) e por Nídia Inácio (representante da Secretaria Regional da Educação).