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Vice-presidente do PSD chama cata-vento a Pedro Nuno e acusa PS de fazer campanha do medo

O vice-presidente do PSD António Leitão Amaro apelidou hoje o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de cata-vento e acusou os socialistas de apenas terem como programa político nesta campanha o medo.


Autor: Lusa /AO Online

“Não têm nada para nos dizer, é só medo, medo, medo, é o papão que não existe”, acusou o cabeça de lista por Viseu da AD (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM), num comício num teatro em Lamego, na véspera de arrancar a campanha oficial para as legislativas antecipadas de 10 de março.

Na sua intervenção, Leitão Amaro defendeu que o PS estava apostado em fazer campanha “com o medo do papão do partido do lado direito” – sem dizer o nome do Chega -, estratégia que terá sido impossibilitada pelo “não é não” de Luís Montenegro a quaisquer entendimentos com o partido de André Ventura.

“Mas houve um homem que se manteve firme e o outro andou às piruetas. Firme Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos o cata-vento que se afoga em si próprio, que diz uma coisa e o seu contrário e ninguém pode levar a sério”, acusou, considerando que o PS está “perdido entre a herança e a mudança”.

O vice-presidente do PSD salientou ainda que, quando António Costa se demitiu e propôs nomes ao Presidente da República para o substituir na chefia do Governo sem eleições, Pedro Nuno Santos não estava nessa lista.

“O próprio PS sabe que Pedro Nuno Santos não tem nada para dar ao país que não seja o seu discurso fleumático, vazio de ideias e o medo”, disse.

Por contraponto, Leitão Amaro comparou as características de Luís Montenegro às de antigos presidentes do PSD que chegaram ao lugar de primeiros-ministros, começando pela coragem de dizer não ao Chega ou de dizer que só governaria se ganhasse.

“Aquela coragem de fazer isto, lembrou-me um político português, um, que punha risco como uma condição de transformação. Esse risco foi no passado corporizado por Sá carneiro”, disse.

Já quanto ao conhecimento dos dossiês e ao contacto com as pessoas, comparou-o a Durão Barroso, Pedro Passos Coelho e Cavaco Silva, e, quanto a este último, também pelas preocupações com o Estado social e com “a verdadeira social-democracia”.

Além da coragem, do conhecimento dos dossiês e da confiabilidade, o vice-presidente do PSD atribuiu ainda a Montenegro “a intransigência absoluta incluindo com os próximos” a nível ético.

“Quando diz ‘eu não faria isso’, diz a minha regra é uma exigência ética profundíssima”, exemplificou, numa alusão implícita à forma como Montenegro se referiu no debate na RTP à situação de Miguel Albuquerque na Madeira.

Num teatro cheio com cerca de 400 lugares sentados - e onde só se viam bandeiras da AD e de Portugal – discursou também o presidente da Câmara de Lamego, Francisco Lopes, eleito em 2021, quando uma coligação PSD/CDS-PP recuperou esta autarquia ao PS.

Francisco Lopes fez duras críticas ao Chega, que considerou “uma excrescência” do sistema político-partidário português, mas também ao líder do PS, comparando Pedro Nuno Santos e André Ventura.

“Peguem no Pedro Nuno Santos e peguem no André Ventura e tirem-lhes a capa pseudo-ideológica. O que fica? Dois populistas, dois demagogos, dois políticos trauliteiros que são instáveis e não são confiáveis”, acusou.

Em 2022, o PSD elegeu quatro deputados por Viseu, tal como o PS, mas perdeu o primeiro lugar em votos para os socialistas no distrito em tempos conhecido por “cavaquistão”, pelas vitórias expressivas nos tempos em que Cavaco Silva era primeiro-ministro.


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