Autor: Lusa/AO Online
O júri da edição de 2025 do festival de arquitetura distinguiu 28 projetos de arquitetura contemporânea, com o prémio WAFX, em diversas áreas, incluindo o “Echoes of the Void”, do Segmento Urbano, em São Miguel, nos Açores, e o Polo de Saúde da Universidade de Évora, do gabinete CLOU architects, ambos na categoria de Envelhecimento e Saúde.
Segundo a página do World Architecture Festival, o prémio WAFX distingue projetos que “utilizam design e arquitetura para abordar grandes problemas mundiais, como saúde, mudanças climáticas, tecnologia, ética e valores”.
O vencedor geral do WAFX será anunciado no último dia do festival, que decorre de 12 a 14 de novembro, em Miami.
Em comunicado de imprensa, a arquiteta Maria João Correia, fundadora do ateliê Segmento Urbano, defendeu que “esta conquista representa a afirmação da capacidade criativa da arquitetura nacional, para além dos vultos consagrados de Siza ou Souto Moura”.
“O World Architecture Festival é reconhecido por destacar propostas visionárias e inovadoras, e esta distinção reforça o potencial de exportação da arquitetura nacional, num momento em que a procura por soluções mais humanas, sustentáveis e contextuais ganha força no mercado imobiliário internacional”, afirmou.
O projeto “Echoes of the Void” foi concebido para as Furnas, na ilha de São Miguel, e pretende ser “um último refúgio” para quem vive com uma doença terminal.
“Integrado entre a floresta densa e a paisagem lacustre, o edifício propõe um espaço de acolhimento e contemplação destinado a pessoas em fim de vida. Não se trata de um centro clínico convencional, mas de um lugar que permite o silêncio, a pausa e a intimidade com o tempo e com a paisagem”, explicou o ateliê, em nota de imprensa.
A arquitetura do espaço “inspira-se nas cinco fases do luto (negação, raiva, negociação, depressão e aceitação), desenhando um percurso onde a luz natural, as sombras, os planos verticais e os intervalos de vazio conduzem a experiência espacial e emocional”.
O projeto é assinado por Maria João Correia, Cristina Lúcio, Sónia Silva e Hiago Carvalho.
Já o projeto do Polo de Saúde da Universidade de Évora é assinado pelo arquiteto Tiago Tavares, do ateliê CLOU architects.
Segundo a página do festival, a proposta prevê “uma instalação educativa como um ecossistema aberto e adaptável”, que “funde a forma construída com a paisagem para apoiar modelos evolutivos de aprendizagem, interação social e responsabilidade ambiental”.
“Em vez de atuar como um edifício isolado, o projeto emerge do terreno como uma extensão do seu contexto natural e urbano, criando um ambiente poroso e inclusivo enraizado em três princípios orientadores: Natureza, Aprendizagem e Sustentabilidade”, lê-se na descrição.
A estratégia arquitetónica “é inspirada na morfologia urbana, decompondo uma massa monolítica numa série de volumes interligados”, que “formam uma rede de praças, becos e terraços - espaços ao ar livre que prolongam a vida quotidiana para além da sala de aula”.
“Aqui, a aprendizagem formal e informal entrelaçam-se, encorajando o diálogo, a espontaneidade e a colaboração. A composição geral é unificada por uma cobertura contínua, que oferece sombra e abrigo, ao mesmo tempo que liga visualmente as diversas componentes programáticas num todo coeso”, lê-se na descrição do projeto, na página do festival.