Autor: Lusa/AO online
A taxa de poupança bruta - percentagem do rendimento disponível das famílias que é aforrado - em Portugal foi 9,7% em 2011, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). O Banco de Portugal (BdP) prevê que este ano a taxa desça uma ou duas décimas, recuperando menos de um ponto percentual em 2013.
Em 1972, segundo dados do INE e do BdP, a taxa de poupança atingia os 24,8%. Até meados de 1980, a taxa manteve-se acima ou muito perto dos 20%.
Depois da adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (1986), contudo, começou a haver uma tendência de quebra. Embora o rendimento disponível aumentasse, o consumo aumentava mais rapidamente, e o endividamento também - sobretudo através do recurso generalizado ao crédito à habitação.
Estes fatores limitaram a fatia do rendimento disponível para poupar. No início do século XXI, a taxa de poupança já só estava nos 10,7%. Em 2007, desceu até aos 7%. Apesar de uma recuperação em 2009, continuou a estar abaixo dos dois dígitos.
O BdP prevê que no próximo ano a taxa de poupança suba: “Para além da manutenção de elevados níveis de poupança associada à necessidade de fazer face às amortizações de crédito, as perspetivas de redução do rendimento permanente e a incerteza quanto à evolução das condições no mercado de trabalho deverão induzir uma reavaliação das decisões de consumo, incentivando um aumento da poupança por medidos de precaução.”
Ou seja, o pagamento de créditos e os receios perante o aumento do desemprego farão a taxa de poupança crescer, mesmo num contexto de redução dos rendimentos. Note-se contudo que esta previsão do BdP consta do boletim económico de verão do Banco, divulgado antes de serem conhecidas as medidas do orçamento do Estado para 2013.
Hoje comemora-se o dia mundial da poupança.
Em Portugal, a data será assinalada através de uma série de iniciativas ao abrigo do Plano Nacional de Formação Financeira. Estas iniciativas, que incluem conferências e ‘workshops’ sobre literacia financeira, serão promovidas em Lisboa e no Porto pelo BdP, pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e pelo Instituto de Seguros de Portugal (ISP).
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