Autor: Lusa/AO Online
“Nesta fase difícil que todos atravessamos, é com muito agrado que vemos a intenção inequívoca do Governo em defender a TAP Air Portugal”, afirma o presidente do SNPVAC, Henrique Louro Martins, citado em comunicado.
“Desta forma, o Governo português reconhece à empresa a sua importância estratégica para o nosso país, tanto na vertente económica, como também na social”, continua o dirigente sindical.
O SNPVAC sublinha o seu “contentamento” face à preparação de um plano de ajuda de emergência por parte do Governo à TAP perante a “preocupante situação que a companhia aérea atravessa neste momento de pandemia”.
No comunicado, o sindicato frisa que “sempre defendeu que o Estado português deveria ter um papel fundamental e relevante na comissão executiva da companhia aérea, bem como nas decisões estratégicas, de forma de salvaguardar os interesses nacionais”.
“Considerando que, mais do que um acionista, o Governo português deve impor a sua condição de Estado Soberano com um maior controlo na companhia e com uma relação de poderes adequada”, pode ler-se no documento.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, defendeu hoje que uma injeção repartida entre o acionista privado e o Estado seria "a forma mais tranquila de conversar" sobre uma capitalização da TAP, empresa impactada pela pandemia de covid-19.
Questionado, em entrevista à TSF, se uma injeção igual entre o acionista privado da TAP (consórcio Atlantic Gateway, de David Neeleman e Humberto Pedrosa) e o Estado seria o caminho mais adequado para a empresa, Mário Centeno respondeu que "essa seria seguramente a forma mais tranquila de conversar a respeito de uma empresa que é detida pelas duas partes".
"Seguramente quando temos uma empresa que é detida por vários acionistas, o papel dos acionistas é acudir às empresas quando elas estão em dificuldade", defendeu o também ministro de Estado, acrescentando que para manter "a estabilidade da governação da TAP [...] seria necessário que houvesse uma resposta das duas partes".
Respondendo sobre se caso o Estado seja obrigado a capitalizar a empresa numa proporção maior que o acionista privado, e se concordava com a afirmação do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, de que "deve ser o povo português a mandar" nesse caso, o ministro das Finanças afirmou que essa "é uma tautologia bastante útil nestes momentos".
"Se o Estado tiver de ser chamado com responsabilidades financeiras acrescidas, tem que haver um entendimento estratégico e do percurso que a empresa fará com esse dinheiro e com o recurso a esse dinheiro que tem de envolver o Estado", afirmou o governante com a pasta das Finanças.
Já sobre a nacionalização, Mário Centeno disse não ver, "neste momento, nenhuma empresa que tenha a necessidade imperiosa e inultrapassável" de passar por esse processo.