Autor: Lusa/AO Online
Em declarações à agência Lusa, António Lucas, dirigente do sindicato, mencionou que “houve a opção do Governo [Regional dos Açores] e de outras instituições de tentar facultar esses equipamentos, sobretudo a partir do 2.º ciclo, portanto, o 1.º ciclo e a educação pré-escolar ficaram de fora desta iniciativa”.
O sindicalista adiantou que, “em todas as ilhas, com exceção de São Miguel, a esmagadora maioria dos alunos têm os equipamentos. Em São Miguel, também pela sua dimensão, na sexta-feira, ainda não estava cumprido esse desiderato”.
No levantamento feito pela tutela “não houve a preocupação de procurar saber se os docentes tinham as condições para o teletrabalho”, acusa o sindicato, em comunicado, mas o dirigente afirmou que, “tanto quanto foi possível apurar, as escolas facultaram” equipamentos informáticos aos professores que não os tinham.
“O que acontece nas casas dos professores é que há mais do que uma pessoa a utilizar o mesmo equipamento”, um problema que também se estende a alunos, como em casos de “famílias com crianças em idade escolar e em que, pelo menos, um pai está em teletrabalho”.
Outra das questões levantada pela unidade sindical é a sobrecarga do horário de trabalho dos docentes, “porque, embora formalmente se diga que o professor tem menos carga horária, o trabalho letivo não é só esse”.
“Todo aquele trabalho de apoio aos alunos é um trabalho constante e é multiplicado por vários alunos. Isto implica uma ocupação temporal muito grande”, concretizou.
Essa sobrecarga afeta, particularmente, os diretores e titulares de turma, que “fazem a ponte entre todos os outros professores da turma e os encarregados de educação”.
No regresso ao ensino presencial, como se prepara para os 11.º e 12.º anos, vão haver “professores que vão ter de dar aulas nas duas modalidades [presencial e à distância]”.
“As turmas vão ter de ser divididas por causa do distanciamento social. Precisamos de saber de quantos recursos humanos vamos precisar a mais”, prosseguiu.
António Lucas admite que, “para já, a maior preocupação” é “que as escolas estejam devidamente desinfetadas e que os alunos e os professores tenham todos os equipamentos de proteção”.
O sindicato denuncia, ainda, falhas no acesso às várias plataformas disponíveis, bem como “diretrizes contraditórias, sobre esta matéria, por parte da Direção Regional da Educação”.