Autor: Lusa/AO Online
“Temos de analisar isso com cuidado e com sentido de responsabilidade, nomeadamente em termos dos impactos financeiros, sendo certo que em qualquer caso entendemos por justas as reivindicações dos trabalhadores, porque decorrem da evolução de carreiras e, em muitos casos, tem a ver com a uniformização de critérios, com a justiça, com equidade, com igualdade”, afirmou.
O secretário regional da Saúde dos Açores, Clélio Meneses, falava, em Angra do Heroísmo, aos jornalistas, à margem de reuniões com o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) e com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap).
Nas vésperas da votação do Plano e Orçamento da região, que deverá ocorrer no mês de abril, o secretário regional da Saúde está a fazer uma ronda de audições com os vários sindicatos do setor.
“Estamos a fazer este levantamento para posterior análise do impacto financeiro, para posterior tomada de medidas que concretizem os justos anseios dos trabalhadores, mas de uma forma responsável, sem ser à pressa, como obviamente foi feito pelo anterior governo”, revelou, alegando que o anterior executivo assinou despachos relativos a reivindicações dos sindicatos no dia em que o novo Governo Regional tomou posse.
Clélio Meneses admitiu que algumas reivindicações “têm fundamento”, até porque “visam dar um tratamento equitativo a situações iguais”, mas não assumiu compromissos.
“Não me comprometo com a imediata operacionalização desta medida, porque seria irresponsável. Seria prometer aquilo que não é possível prometer, porque temos, por um lado, de analisar juridicamente a situação e, por outro lado, analisar o impacto financeiro das decisões que se venham a tomar”, afirmou.
O Sintap reivindicou a implementação dos acordos assinados com o anterior executivo, relativos aos trabalhadores com contrato individual de trabalho dos hospitais da região.
“Já há trabalhadores em condições de progredirem, uns a partir de 01 de janeiro de 2019 e outros a partir de 01 de janeiro deste ano”, frisou o presidente do Sintap/Açores, Francisco Pimentel, acrescentando que muitos “estão com o vencimento da base da carreira”.
Para o sindicalista, a implementação do acordo deve ocorrer “de imediato”, até porque “já devia ter acontecido”.
“Percebemos que a pandemia complica e que esta é uma das secretarias que está na frente do combate, mas a vida continua. Estamos a falar do pessoal da saúde e é uma forma de reconhecer aquilo que tem sido o esforço deles para o bem comum e para a saúde pública”, salientou.
Já o STSS quer reverter as decisões do anterior Governo Regional relativas às progressões na carreira.
“As questões da nossa carreira ficaram muito mal resolvidas pelo anterior Governo, são questões que já se arrastam há anos e que nunca foram resolvidas”, apontou a dirigente sindical Carla Silva.
O sindicato reivindica a contagem de 1,5 pontos por ano de serviço, “como foi feito aos outros profissionais de saúde”, e a aplicação da nova tabela salarial ao descongelamento das carreiras.
Carla Silva apelou à correção de “assimetrias que foram criadas entre os profissionais” e disse ter encontrado “abertura e boa vontade” por parte do secretário regional da Saúde.
“Saímos com esperança de que se tenha aberto um caminho, uma porta para entendimento, para discussão deste assunto”, afirmou.