Açoriano Oriental
Secretária da Saúde dos Açores diz que comissão de inquérito não tem provas de ilegalidade no hospital modular

A secretária regional da Saúde dos Açores disse que o relatório final da comissão de inquérito ao incêndio no hospital de Ponta Delgada não tem quaisquer provas de ilegalidade na construção do hospital modular

Secretária da Saúde dos Açores diz que comissão de inquérito não tem provas de ilegalidade no hospital modular

Autor: Lusa/AO Online

“Penso que a comissão fez o seu trabalho. Acho que ficou bem claro nas audições a estratégia do Governo Regional e, depois da aprovação do relatório final, sem fazer qualquer tipo de comentário sobre a proposta de relatório, fica claro que não foram reunidas quaisquer provas de ilegalidade”, afirmou, em declarações à Lusa, a titular da pasta da Saúde nos Açores, Mónica Seidi.

O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, foi afetado por um incêndio no dia 4 de maio de 2024, que obrigou à transferência de doentes para outras unidades de saúde da região e do país.

Na sequência do incêndio, foi decidido instalar um hospital modular junto ao edifício, para assegurar os cuidados de saúde prestados pelo hospital até à sua requalificação.

Em fevereiro de 2025, foi criada uma comissão de inquérito na Assembleia Legislativa dos Açores, proposta pelo PSD, com o propósito de apurar as circunstâncias, causas, responsabilidades e consequências do incêndio, bem como avaliar a resposta institucional subsequente.

Na segunda-feira, a comissão de inquérito aprovou, por unanimidade, o relatório final, depois de aprovadas propostas de alteração de vários partidos à versão preliminar, entregue pela relatora, deputada do PS.

Na versão preliminar, a que a Lusa teve acesso, uma das conclusões referia que os processos de contratualização subjacente à conceção, construção, apetrechamento e funcionamento do hospital modular levantavam “dúvidas quanto à legalidade e regularidade financeira”.

Sem comentar a versão preliminar, a titular da pasta da Saúde reiterou que “o Governo Regional atuou bem, em conformidade”.

Quanto ao facto de o relatório ser enviado ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, Mónica Seidi afirmou que “qualquer decisor político deve ter em mente que a sua atuação, mais cedo ou mais tarde, poderá ser escrutinada ou auditada”.

“Estamos cá com serenidade e tranquilidade para responder a algum tipo de esclarecimento que possa vir a ser necessário dar, mas nesta fase não identifico algo que possa vir a ser passível de erro”, apontou.

Questionada sobre o facto de ter sido contactada apenas uma empresa para a construção do hospital modular, o que foi criticado pelos partidos da oposição, a secretária regional da Saúde sublinhou que havia “urgência em tomar decisões”.

“Havia a necessidade de tomar uma decisão e foram acauteladas outras possibilidades que não davam a resposta que nós pretendíamos”, vincou.

Mónica Seidi lembrou que não existiam no país muitas empresas com conhecimento em saúde para construir estruturas modulares e que também não existiam muitas empresas com alvará para obras superiores a 12 milhões de euros.

Disse ainda que já existiam contactos prévios entre a administração do hospital e a empresa em questão, sobre a possibilidade de ampliações no HDES, conforme é possível comprovar em documentos fornecidos à comissão.

“Houve planeamento, houve estratégia, foram analisadas várias possibilidades para termos a resposta imediata e a resposta que sobretudo acautelasse a segurança e o bem-estar dos nossos utentes”, reiterou.


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