Açoriano Oriental
Santa Maria volta a ser a capital do blues

Entre 14 e 16 de julho, nomes consagrados do blues sobem ao palco no lugar dos Anjos, na ilha de Santa Maria, para celebrar este género musical que une gerações e países diferentes

Santa Maria volta a ser a capital do blues

Autor: Paula Gouveia

O lugar dos Anjos, na ilha de Santa Maria, volta a ser, entre 14 e 16 de julho, o ponto de encontro de músicos e público no palco dedicado ao blues.

O Santa Maria Blues reserva ao seu público um cartaz com nomes consagrados do blues, de diferentes géneros e vindos de diferentes países. São sete bandas, duas por noite, à exceção da última noite, em que o programa prevê três atuações, no recinto que este ano conta com o novo bar e esplanada da Associação Escravos da Cadeinha, entidade que organiza o festival.

“Este é um festival de uma associação que leva o nome da ilha de Santa Maria longe”, salienta José Amaral, diretor artístico do evento, que acrescenta que o que torna o festival especial é ter “um público que aprecia a música, mais do que a festa”, razão pela qual “há uma sinergia entre os músicos e o público que tem dado muito retorno ao próprio festival”.

No dia 14 de julho, a noite é dedicada à Europa: “começaremos com blues português dos Taboo Blues Band, um projeto novo de Luís Almeida que toca harmónica, guitarra, e canta, e vem a Santa Maria para lançar o primeiro CD deste novo projeto”, adianta José Amaral. E, depois irá subir ao palco a banda vencedora do European Blues Challenge – os Harlem Lake, dos Países Baixos, um grupo, que só tem um álbum lançado, e que se apresenta com “uma voz feminina super potente e lindíssima, e traz um blues fora da caixa e difícil de definir, que bebe influências de blues, rock e country”.

Na sexta-feira, o festival abre com The Bluesbones, “uma banda da Bélgica, liderada pelo Nico de Cock, um amigo e agente de outras bandas”, que já esteve nos Açores e conhece o festival. “É uma banda com vários álbuns lançados, e vários prémios ganhos na Europa” e que “tem um som entre baladas, com influências no blues de Chicago e do Reino Unido”, revela José Amaral. E a noite fecha com King King (da Escócia), “um grupo que desejávamos que viesse cá há alguns anos, e que já mudou de nome neste percurso”, “uma banda de renome mundial, com provas dadas e prémios, que traz um som fantástico, baseado na voz do Alan Nemo”.

No sábado, será a noite americana: começa com uma banda da América do Sul (Brasil), Alexandre da Mata & The Black Dogs, que traz o novo álbum gravado recentemente com o baterista dos AC/DC. Depois, sobe ao palco “uma diva, uma embaixadora cultural dos EUA”, Gisele Jackson & The Shu Shu’s. “Gisele Jackson foi convidada para a tomada de posse de Bill Clinton – é um destaque mundial, já cantou em todos os continentes deste planeta, já partilhou palcos com Ray Charles, entre outros”, explica José Amaral.

E a última noite irá acabar com Rick Estron & The Nightcats. “Considero-o o Frank Zappa dos blues porque ele tem uma imaginação e criatividade e aborda o blues de uma forma completamente diferente”, sublinha.

Fora do palco também haverá atividades: uma masterclass com Alexandre da Mata sobre a evolução da guitarra no blues (sexta-feira, dia 15, a partir das 19h00, no Bar do Blues); o Blues Trial Run, na quinta-feira, com início e fim no recinto do festival; e o lançamento do CD dos Taboo Blues Band na quarta-feira, às 10h00.

José Amaral admite que a acessibilidade à ilha é o maior problema, agravado pelo facto de ter deixado de haver barco: “É um festival que quer ser grande, tem o reconhecimento, mas tem muitas dificuldades de acessibilidade”. Diz por isso que a expectativa da organização é ter “mais pessoas do que no ano passado, mas nunca chegando ao nível que tínhamos antes de 2019, e que para a ilha era fabuloso”, com cerca de três mil pessoas por noite.

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