Açoriano Oriental
Oposição e Governo Regional trocam responsabilidades pelo aumento"galopante" da dívida nos Açores

Os partidos da oposição nos Açores e os membros do Governo de coligação (PSD, CDS-PP e PPM), trocaram responsabilidades pelo aumento “galopante” da dívida pública, que, segundo o Banco de Portugal, cresceu mil milhões de euros em cinco anos

Oposição e Governo Regional trocam responsabilidades pelo aumento"galopante" da dívida nos Açores

Autor: Lusa/AO Online

“A situação financeira da Região é preocupante e não pode ser ignorada”, disse António Lima, deputado do Bloco de Esquerda, durante uma interpelação ao Governo, no arranque dos trabalhos parlamentares de julho, que tiveram início na sede da Assembleia Legislativa dos Açores, na Horta.

Segundo o parlamentar bloquista, as dificuldades financeiras da região, que têm originado “atrasos nos pagamentos a fornecedores”, devem-se à política fiscal adotada pelo executivo de direita, que provocou “um rombo nas contas públicas” e representa uma “sobrecarga” sobre a classe média.

Críticas corroboradas por Berto Messias, deputado do PS (o maior partido da oposição nos Açores), que se socorreu dos dados do Banco de Portugal referentes ao primeiro semestre de 2025 para concluir que a dívida da Administração Pública Regional aumentou “mil milhões de euros”, desde que o executivo açoriano é liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro.

“Estamos a falar de um ritmo de endividamento de cerca de um milhão de euros por dia”, advertiu o parlamentar socialista, acrescentando que esta “tremenda irresponsabilidade” resulta da estratégia delineada pelo Governo, que “promete tudo a todos, sabendo, de antemão, que não tem capacidade para cumprir todos os seus compromissos”.

Por seu turno, o secretário regional dos Assuntos Parlamentares, Paulo Estêvão, justificou o aumento da dívida com a opção tomada pelo executivo, de diminuir os impostos na região, para beneficiar as famílias e as empresas, ao invés de apostar na arrecadação de mais receitas.

“Imaginem, caros açorianos, só por um instante, que os impostos regressavam aos valores do passado. Que aqui se passava a pagar a carga fiscal vigente em Lisboa ou na Madeira. O Governo Regional ficaria a nadar em dinheiro e o povo seria trucidado por uma carga fiscal insuportável”, frisou o governante.

O presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, garantiu, por outro lado, que a economia açoriana “está a crescer como nunca”, e que, a haver um aumento da dívida pública regional, isso deve-se também ao PS, por não ter autorizado, quando governava na República, a transformação de dívida comercial em dívida financeira.

“Há uma situação galopante do endividamento. Pode haver, mas a responsabilidade é socialista, na medida em que, parte significativa do endividamento, tem a ver com a não transformação de dívida comercial em dívida financeira” sublinhou o chefe do executivo.

Na opinião do governante, o aumento do endividamento pode e deve ser visto também como uma “inequívoca oportunidade para a economia” açoriana, que considerou estar hoje “como nunca esteve nos Açores. Não está perfeita, mas recomenda-se!”

Também Joaquim Machado, deputado da bancada do PSD, desvalorizou o aumento do endividamento regional, preferindo destacar o trabalho que o executivo regional tem efetuado na região, em vários setores, numa governação que considerou ser “progressista” e com grande impacto na economia açoriana.

“Nem tudo é perfeito. Há falhas que podem e devem ser corrigidas. Há aspetos que podem e devem ser melhorados, mas só por miopia política ou exercício primário de oposição, é possível ignorar o quanto tem sido feito, e bem feito, pela governação do presidente Bolieiro”, destacou o deputado social-democrata.

Já Nuno Barata, da Iniciativa Liberal, alertou que a região, em cinco anos, não conseguiu resolver problemas como o transporte marítimo, o apoio a associações e clubes desportivos, ou a recuperação e beneficiação das escolas.

Durante o debate intervieram também deputados do Chega, do CDS-PP, do PAN e do PPM.


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