Autor: Arthur Melo
O ex-presidente adjunto do Santa Clara, Virgílio Paz Ferreira, acusou o
presidente da mesa da assembleia geral, Ricardo Cabral, de ter obrigado a
direção do clube a demitir-se, na sequência do pedido de demissão
apresentado por Rui Cordeiro.
Em comunicado enviado às redações, Paz
Ferreira revela que na reunião de emergência da passada sexta-feira,
Ricardo Cabral ““obrigou” os restantes elementos da Direção a
demitirem-se juntamente com o Dr. Rui Cordeiro pois caso contrário, ele
próprio se demitiria”.
O dirigente encarnado realça que mostrou-se
disponível para assumir a presidência do clube até à realização de um
ato eleitoral antecipado, como forma de manter “alguma estabilidade numa
fase crucial da época, em que se prepara orçamentos, inscrições e mais
logística das modalidades amadoras com gestão direta da Direção do
Clube”.
Paz Ferreira considera que a posição de Ricardo Cabral
constitui “um rude golpe nas aspirações do Clube para a próxima época
desportiva, pois ao não deixar a Direção fazer a transição para a nova
Direção advinda de novas eleições, não permitiu a tomada de decisões no
que respeita à organização, preparação e gestão das modalidades para a
próxima época, deixando deste modo as modalidades à deriva”.
O
ex-presidente adjunto, que esclareceu ainda não ter apresentado a sua
demissão do cargo, considera que a atual Comissão de Gestão (constituída
por Carlos Costa Cabral, Paulo Clemente, Hernâni Bettencourt, Palma
Rolim e Ricardo Cabral) “não pode deliberar, nem adjudicar, nem gerir,
apenas podendo fazer uma gestão diária do Clube, como pagar contas de
Água, Luz e pouco mais!”.
O comunicado de Paz Ferreira, que é
subscrito pela maioria dos antigos membros da direção, destaca que a
maioria daqueles dirigentes se sente atraiçoada por Rui Cordeiro e
Gualter Câmara, recordando que o anterior presidente tinha afirmado,
numa anterior reunião de direção antes da AG da SAD de sexta-feira, que
“mesmo destituído da SAD, este iria juntamente com Gualter Câmara
continuar na Direção do Clube, de modo a não defraudar o sentido de voto
dos sócios que o elegeram”, e que “a percentagem de 1% da SAD
pertencente ao Presidente Dr. Rui Cordeiro iria reverter na sua
totalidade para o Clube”. Situações que não ocorreram, já que, denuncia
ainda Paz Ferreira, “foi efetuada a venda de 1% da SAD pertencente ao
Dr. Rui Cordeiro para os novos investidores”.
Finalmente, o
dirigente destaca que a presença de um advogado a representar o clube na
AG da SAD, ao invés dos vice-presidentes Palma Rolim e Paulo Borges,
aconteceu “sem o prévio conhecimento da mesma e com voto confirmado à
revelia da Direção”.