Autor: Lusa/AO Online
João Cadete de Matos falava num encontro com jornalistas, na sede da Anacom, em Lisboa, a propósito do sentido provável de decisão (SPD) de impor à Meo/Altice Portugal o acesso à sua rede de fibra ótica em 612 freguesias no país.
"Há duas percentagens que são relevantes: 90% das freguesias da Fibroglobal estão abrangidas nesta lista e, destas 612 freguesias, 46% são freguesias da Fibroglobal", o que significa que "54% são freguesias em que existe mercado significativo da Meo ou Fastfiber", afirmou o presidente da Anacom.
A Fibroglobal está presente em 42 concelhos da zona centro e 12 concelhos dos Açores, segundo dados da empresa, e é detida pela Fastfiber, controlada por 50,01% pela Altice Portugal e 49,99% por um fundo gerido pela Morgan Stanley.
"O mapa é bastante ilustrativo, à volta de 50% destas freguesias é onde existe a rede da Fibroglobal", reforçou Carla Amoroso, chefe da divisão de mercados de telefonia fixa e móvel da Anacom.
Com a decisão de ser imposta à Altice Portugal/Meo o acesso à sua rede de fibra ótica em 612 freguesias, o presidente da Anacom salientou ter a expetativa que os operadores "utilizem esta possibilidade" de poderem alargar a presença a estas regiões.
"Em muitas destas freguesias também existem áreas brancas", acrescentou o presidente da Anacom.
Se esta medida não fosse tomada, "significaria que nas áreas que não são brancas nestas freguesias, em que há apenas a oferta do operador dominante do grupo Altice" não haveria concorrência, prosseguiu.
"Nas áreas brancas, essa vai ser uma das condições do concurso que a oferta tem de ser grossista, tem de ser neutra, qualquer operador vai ter que utilizar aquela fibra, aquilo que consideramos que também é necessário é que nas freguesias onde já há fibra, nem que seja parcial, também essa fibra seja partilhada e, portanto, também haja concorrência", salientou.