Autor: Lusa/AO Online
De acordo com o SDPA, o Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) “não está a fazer bem feito, nem está a fazer o que deve ser feito, com os professores”, sendo isso “incompreensível”.
“Num momento em que se anunciou a retoma das aulas presenciais, na ilha de São Miguel, o SDPA reitera a sua preocupação e lamenta a forma como o Governo dos Açores não reconhece a necessidade de os professores e educadores de infância terem acesso prioritário às vacinas. Esta é uma necessidade premente e absolutamente essencial para o SDPA”, refere a estrutura sindical em comunicado de imprensa.
Segundo o sindicato, o estatuto político-administrativo autonómico serve, nos Açores, para criar uma “discriminação negativa no modo como os docentes estão a ser reconhecidos, comparativamente ao restante território nacional, em que todos os professores e educadores de infância estão entre os que têm acesso prioritário às vacinas contra a covid-19”.
Para o SDPA, é “inconcebível a decisão de obrigar os profissionais de educação a assumirem o exercício das suas funções em regime presencial sem que se salvaguardem todas as condições de segurança e saúde”.
Por isso, lamenta que o Governo dos Açores se ponha “à margem” da vacinação dos trabalhadores de educação realizada em todos os níveis de ensino no continente e na Madeira e que permitiu “um clima de maior segurança e confiança no regresso ao ensino presencial”.
O Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA), o outro sindicato representativo dos docentes na região autónoma, salvaguarda que, no continente e na Madeira, foram já vacinados a “maioria do pessoal docente e não docente”, sendo que “a alteração aos planos iniciais do Governo da Madeira e da República deve-se, essencialmente, ao reconhecimento, por parte dos peritos, que as deslocações dos pais e alunos e o convívio escolar representavam um risco acrescido na propagação da doença”.
O SPRA considera “urgente a vacinação dos docentes e não docentes do sistema educativo regional, iniciando-se o processo na ilha de São Miguel e, posteriormente, nas restantes ilhas”.
“O plano de vacinação do pessoal docente e não docente deve iniciar-se o mais brevemente possível devendo estar concluído no início do próximo ano letivo. Só a concretização deste desiderato poderá permitir a normalidade do novo ano letivo”, considera a estrutura sindical.
A primeira fase do plano de vacinação contra a Covid-19 nos Açores está “praticamente concluída”, faltando apenas doentes acamados e outros que ainda não foi possível contactar, revelou na quinta-feira o diretor regional da Saúde.
“Esta semana ficará praticamente concluída a primeira fase do processo de vacinação, com exceção de alguma vacinação ao domicílio, que ainda decorre, naturalmente das recusas que foram acontecendo a algumas pessoas que foram contactadas, e ainda em número significativo como sabemos, e também de pessoas que não atenderam o telefone quando foram contactadas”, afirmou Berto Cabral, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.