Açoriano Oriental
Prémio é ‘reconhecimento da qualidade da nossa proposta’

Fátima Mota, galerista, destaca importância da distinção recebida na Drawing Room 2022, enquanto reconhecimento da qualidade da proposta de curadoria, assim como da qualidade das obras apresentadas

Prémio é ‘reconhecimento da qualidade da nossa proposta’

Autor: Ana Carvalho Melo

O stand da Galeria Fonseca Macedo na Feira Drawing Room Lisboa 2022 foi distinguido com o Prémio Curadoria Galeria, prémio financiado pela Fundação Millennium BCP. O que significa esta distinção?

Nesta última edição da feira Drawing Room, Lisboa, fiquei muito feliz pelo facto da Fonseca Macedo - Arte Contemporânea ter sido distinguida com o Prémio Projeto Curatorial Galeria, da Fundação Millennium BCP, pois é um reconhecimento público da qualidade da nossa proposta de curadoria e, ao mesmo tempo, um reconhecimento da qualidade das obras expostas dos nossos artistas representados.

Para além deste importantíssimo aspeto que ajuda a definir o nosso currículo, como galeria de arte, este é também um prémio pecuniário.

Este ano quem foram os artistas que apresentou neste evento?

Nesta edição, apresentámos três artistas com um significativo corpo de trabalho na disciplina do Desenho: Beatriz Brum (São Miguel, 1993), José Loureiro (Mangualde, 1961) e Maria Ana Vasco Costa (Lisboa,1980).

A artista Beatriz Brum apresentou uma série de quatro aguarelas, de tamanho A4, que encerram o seu grande projeto sobre as lagoas da ilha de São Miguel. Nestes desenhos, a artista serve-se da observação microscópica da água das lagoas.

O artista José Loureiro apresentou uma série de quatro desenhos em óleo sobre papel, de 42x29,7 cm, com o título “Criaturas”. De cada lado destas “Criaturas”, de pequena dimensão, foram colocados dois desenhos de 152x101,6 cm, da série “Olho”, que, usando um movimento circular da cor e das linhas, provocavam uma chamada de atenção dos visitantes.

A artista Maria Ana Vasco Costa apresentou um conjunto de duas aguarelas que designa por “Glaze Drawings”, uma série de desenhos de várias dimensões, nos quais utiliza a mesma técnica do vidrado em cerâmica.

Pode descrever como foi desenvolvido este Projeto Curatorial?

A forma de abordar a questão da curadoria de um stand numa feira de arte é sempre um desafio, porque, num pequeno espaço rodeado de outras tantas propostas, é necessário conseguir uma apresentação capaz de chamar a atenção dos visitantes e dos profissionais deste setor.

Em primeiro lugar, é necessário reunir as obras, neste caso as mais recentes, dos nossos artistas que desenvolvem trabalho na disciplina do Desenho, e gerir, espacialmente, as obras escolhidas, tendo em conta as dimensões, as formas, as cores ou os conceitos.

No caso específico deste projeto, o conjunto de obras do artista José Loureiro, pelo seu número e pela sua dimensão, adequavam-se à parede central, de seis metros de comprimento. As obras da Beatriz Brum e da Maria Ana Vasco Costa, pela sua subtileza e pequena/média dimensão, foram montadas nas paredes laterais. Com esta distribuição, ficou criado um equilíbrio agradável.

Em relação à montagem das obras da Beatriz Brum, identificámos um problema com os desenhos muito delicados da série “Corpos de Água”. Os desenhos foram emoldurados em caixas de acrílico transparente e esta opção pretendia potenciar a fluidez entre as obras. Porém, numa parede branca, seriam quase invisíveis. Assim, ao apercebermo-nos deste problema ainda na fase do trabalho em maquete, tivemos de conversar com a artista, sugerindo a possibilidade de termos uma parede pintada de cor diferente, a fim de fazer destacar os desenhos.

Penso que este elemento (entre outros) deve ter pesado na escolha do nosso stand para o Prémio de Curadoria.




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