Açoriano Oriental
Pescadores de São Jorge querem salvaguarda de postos de trabalho na fábrica de atum

A Associação de Pescadores da Ilha de São Jorge disse não ter "nada" contra a exploração privada da Fábrica Santa Catarina, "desde que sejam garantidos os postos de trabalho" daquela unidade de produção dos Açores.

Pescadores de São Jorge querem salvaguarda de postos de trabalho na fábrica de atum

Autor: Lusa/AO Online

O presidente do Governo Regional açoriano anunciou que a Fábrica de Santa Catarina, ligada à captura/transformação do atum e alvo de intervenção pública na ilha de São Jorge, vai passar a ser explorada por um privado.

"Vamos ver se, de fato, há um privado que queira investir e se vai ser como nos foi explicado pelo secretário Regional das Finanças na reunião do Conselho de Ilha de quarta-feira", afirmou o presidente da Associação de Pescadores da Ilha de São Jorge, António Laureno, em declarações à agência Lusa.

Para o responsável, sendo o acordo feito “no teor como exposto”, a associação não está contra.

“Sabemos que a fábrica está a ficar muito obsoleta e, se não houver um privado que pegue naquilo, a Santa Catarina vai acabar por fechar e isso é uma situação que já se vem arrastando há anos, por causa do passivo da própria fábrica", descreveu.

António Laureno referiu que, agora, "é preciso saber os parâmetros do acordo de cedência ao privado" e " se, de fato, ficam garantidos os postos de trabalho na Santa Catarina".

O responsável alerta que um eventual encerramento da fábrica "ia acarretar gravíssimos problemas para a comunidade jorgense".

A fábrica emprega "essencialmente mulheres e os empregos em São Jorge não são muito abundantes", referiu o presidente da Associação de Pescadores de São Jorge.

Por outro lado, disse, a ilha está "a ficar com uma população bastante envelhecida", pois os jovens vão estudar para o exterior e "já não regressam, porque não têm nada que os convida a voltar".

"Temos de analisar esta garantia dos postos de trabalho, porque São Jorge, na parte de empregabilidade, não tem indústrias para empregar 100 e tal mulheres como aquelas que trabalham na Santa Catarina", reforçou.

O presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Boleiro referiu que a exploração da fábrica por privados foi o “modelo que o Governo dos Açores escolheu para garantir a continuidade do emprego, da atividade e da marca”.

O governante disse tratar-se de “um acordo de sucesso” pelo período de dez anos, notando que a unidade fabril vai ser alvo de um processo de modernização.

Em 2008, o Governo Regional, liderado pelo PS, anunciou a decisão de comprar a fábrica de conservas Santa Catarina para evitar o desemprego de mais de uma centena de trabalhadores.

A fábrica, localizada em São Jorge, recuperada nos anos 90 pela Câmara Municipal da Calheta, enfrentava grandes dificuldades financeiras, possuindo 140 trabalhadores.

Instalada na fajã Grande, na Calheta, a fábrica de atum Santa Catarina, foi construída em 1940.

O anterior Governo Regional dos Açores, liderado pelo PS, esperava, até ao fim de 2018, concluir o caderno de encargos com vista ao concurso público para alienar 80% da conserveira Santa Catarina.

O então secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Gui Menezes, apontava para a necessidade de um investimento “entre cinco a seis milhões de euros” para “a modernização” da conserveira e “baixar os seus custos de funcionamento”.

Em janeiro de 2020, o Governo dos Açores anunciou uma capitalização de dois milhões de euros na fábrica de conservas Santa Catarina, empresa que já tem "resultados operacionais positivos", mas cuja "solidez financeira" importa "consolidar".


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