Autor: Lusa/AO online
O Dia da Região Autónoma dos Açores, feriado regional, foi celebrado na segunda-feira do Espírito Santo, numa sessão solene na sede da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, sem imposição de condecorações e sem as tradicionais sopas do Espírito Santo, devido aos condicionalismos decorrentes da pandemia de covid-19, depois de em 2020 ter sido assinalado apenas ‘online’.
A Região Autónoma dos Açores é governada por uma coligação PSD/CDS-PP/PPM, apoiada por acordos de incidência parlamentar com o Chega e a Iniciativa Liberal. Têm também assento na Assembleia Legislativa Regional o PS, maior partido da oposição, o BE e o PAN.
Numa nota de imprensa enviada hoje às redações, o PCP considera que "as celebrações oficiais ficaram-se pelos discursos de circunstância".
"E se é importante o enaltecimento da nossa história e das conquistas deste povo moldado de lava e mar, não será menos importante olhar para o caminho que nos falta percorrer ou para o que nos fragiliza e nos deixa cada vez mais dependentes de conjunturas desfavoráveis", frisa.
O PCP, que deixou de ter representação parlamentar na sequência das eleições legislativas regionais de outubro do ano passado passado, refere que "ao fim de mais de 6 meses de governação tripartida, PSD, CDS-PP e PPM, que se sustenta no apoio parlamentar da extrema-direita para continuar no poder, é visível e palpável que o XIII Governo Regional não passa de uma agência de propaganda, comunicação e de uma central de alocação de 'jobs for the boys', além de um desfilar de vaidades que alimentam bairrismos e colocam em causa a identidade e unidade regional".
"O Dia da Região foi uma vez mais assinalado, embora sem as habituais festividades populares de partilha e festa em louvor do Divino Espírito Santo. Também a celebração oficial foi condicionada pelas restrições impostas e que visam a salvaguarda da saúde pública. Mas o Dia da Região, sendo um dia de festejos, devia ser também um dia de reflexão sobre o passado, o presente e sobretudo sobre o futuro", aponta ainda o partido na mesma nota.
Para o PCP, "a grave crise de saúde pública não justificou, nem pode justificar, a inoperância governativa".
Pelo contrário, ela tem "demonstrado por um lado a importância dos serviços e empresas do setor público empresarial regional e, por outro lado, a necessidade de reforçar o investimento público para que as respostas sejam céleres e eficazes".
"E tem também evidenciado que a economia regional não pode, nem deve, ancorar-se apenas e só no turismo", acrescentam os comunistas.
A direção regional do PCP nos Açores considera que "a democracia açoriana, apesar da aparente pluralidade parlamentar, está empobrecida e, mais cedo do que era expetável, os cidadãos e algumas organizações estão já a sentir a opressão e a asfixia que carateriza o exercício de poder pela direita e pela extrema-direita".