Autor: Lusa/AO Online
"O acesso generalizado à cultura não é um luxo, como alguns parecem pensar, mas um fator essencial na vida coletiva, induzindo avanços na própria economia e em toda a estrutura social. Apoiar a cultura não é um investimento sem retorno, mas sim uma intervenção estruturante", sublinha o partido, numa nota de imprensa enviada às redações.
O PCP/Açores refere que, além de "uma série de razões, que não se prendem exclusivamente com a dispersão geográfica" da região, "o setor cultural é tradicionalmente frágil", porque "nas nove ilhas existe um atraso de décadas na planificação e gestão do setor da cultura" e "a crise determinada pela Covid-19 agravou ulteriormente o quadro das dificuldades enfrentadas pelos agentes culturais".
"Com base nestas considerações, o PCP defende que, até ao final do ano, e na sua totalidade, sejam pagas aos operadores culturais as verbas que lhes foram atribuídas para 2021", lê-se na nota de imprensa.
Apesar de considerar que "os montantes ficam aquém do que seria desejável", o PCP entende que a "atribuição das verbas agora inscritas no Plano e Orçamento Regional" deve ser "planificada para que tais verbas possam chegar aos agentes culturais com a antecedência necessária", permitindo planificar atividades e fazer "face a compromissos assumidos".
"Para pôr fim a este estado de coisas, os agentes culturais devem ser envolvidos nos processos de decisão política que dizem respeito ao setor: um modelo de gestão da cultura não pode ser imposto de cima", sustenta o partido.
Para o PCP/Açores, "os critérios e as modalidades da intervenção devem resultar em primeiro lugar da orientação oferecida pelos próprios agentes culturais".
"Só desta forma será possível organizar um plano estruturado, que progressivamente consiga minimizar as dificuldades e carências de setores durante muito tempo votado ao abandono", defende o partido.