Açoriano Oriental
Parlamento lamenta morte da escritora Filomena Marona Beja

O parlamento aprovou hoje por unanimidade votos de pesar pela morte da escritora Filomena Marona Beja, que venceu o grande prémio APE em 2007, e pela do sociólogo e economista Albano Cordeiro.


Autor: Lusa

No voto de pesar relativo a Filomena Marona Beja, apresentado pelo Bloco de Esquerda, lê-se que a escritora, que morreu aos 79 anos, nasceu em Lisboa em 1944 e estudou no liceu francês Charles Lepierre e na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

“Profissional na área da documentação técnico-científica, atividade que desenvolveu até 2008, estreou-se como escritora com o romance ‘As Cidadãs’ em 1998”, que “retrata não só a vida de Júlia, uma mulher excecional, mas também a condição das mulheres portuguesas na viragem da Monarquia para a República, no início do século XX”, refere-se.

Segundo o texto, com esse romance, “que seria reeditado a propósito do centenário da República, Filomena Marona Beja iniciou um percurso literário que resultou na publicação de cerca de duas dezenas de obras, em Portugal e no estrangeiro, de géneros tão diferentes como o romance, o conto, a novela ou a crónica”.

“Entre outras distinções, Filomena Marona Beja ganhou o Grande Prémio de Literatura DST em 2006 com a publicação do livro ‘A Sopa’ (2004) e o Grande Prémio de Romance e Novela da APE/DGLB com a publicação de ‘A Cova do Lagarto’ (2007), romance biográfico que resultou de uma recolha de dados ao longo de vinte anos sobre Duarte Pacheco”, destaca-se.

No voto de pesar, cita-se a nota conjunta divulgada pela família e Edições Parsifal que refere que Filomena Marona Beja deixa “um legado literário e humano que caracteriza um ‘grito vivo de defesa dos ideais de liberdade e de solidariedade, pelos quais sempre lutou e que abnegadamente defendeu’”.

Já relativamente a Albano Cordeiro, que morreu em 30 de dezembro aos 85 anos, o parlamento aprovou um voto de pesar apresentado pelo PS, que considera que o sociólogo e economista foi “uma referência maior da presença portuguesa em França pela sua intervenção cívica, pela relevância do seu trabalho académico e pela dinamização do movimento associativo”.

No texto, refere-se que, em Albano Cordeiro, se pode “ver um verdadeiro cidadão do mundo, pela adoção das suas várias identidades: português, francês, mas também moçambicano e italiano, o que só comprova o seu sentido humanista”.

“Foi um académico ‘engagé’, professor e investigador no Centre National de Recherche Scientifique, em Grenoble, na Universidade Denis Diderot, em Paris VII e laureado em economia e demografia pela Universidade La Sapienza, de Roma”, sublinha-se.

O voto de pesar indica ainda que Albano Cordeiro foi “autor de vários trabalhos sobre a imigração portuguesa e sobre o movimento associativo”, assim como “um ativista dos direitos humanos e defensor dos migrantes”, tendo procurado incentivar a participação cívica e política da comunidade portuguesa em França.

“Albano Cordeiro era uma referência incontornável para os portugueses em França, com o seu percurso denso e a sua atividade multifacetada, com uma perspetiva lúcida e humanista das migrações, que marcou a perceção sobre a imigração portuguesa em França. O seu contributo é inestimável. A sua perda deixa um grande vazio”, lê-se.


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