Autor: Lusa/AO Online
O diploma inicial partiu do
PS, que pretendia manter o pagamento nas urgências dos centros de saúde
e, na generalidade, a proposta contou com os votos favoráveis dos
socialistas (25), do BE (dois), do deputado único da Iniciativa Liberal
(IL) e do deputado do PAN, bem como com a abstenção do Chega, perante os
votos contra do PSD (21), do CDS-PP (três), do PPM (dois) e do deputado
independente (ex-Chega). Contudo, na
votação na especialidade, foi aprovada uma proposta de alteração do BE
que estipula a dispensa do pagamento “das taxas moderadoras no âmbito da
prestação de cuidados de saúde, mantendo-se apenas nos serviços de
atendimento realizado nos serviços de urgência hospitalares”. Esta
proposta contou com os votos favoráveis do BE (dois), do PSD (21), do
CDS-PP (três), do PPM (dois) e do deputado independente (ex-Chega),
perante a abstenção do Chega e os votos contra do PS (25). Na
prática, a abolição dos pagamentos nas urgências dos centros de saúde
era a proposta defendida pelo PSD e pelos parceiros de coligação de
governo (CDS-PP e PPM), formalizada como proposta de substituição do
decreto legislativo do PS apresentada pela comissão de Assuntos Sociais.
O documento foi também a votação, mas não passou na generalidade: o Chega absteve-se e PS, BE, PAN e IL votaram contra. A
IL apresentou mesmo uma proposta de alteração idêntica à do PS, por
considerar injusto que se continue a pagar pelas urgências hospitalares,
mas não nas urgências dos centros de saúde. “Esta
é uma medida que discrimina a maioria dos açorianos que são os utentes
dos três hospitais da região [em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, na
ilha Terceira e na ilha do Faial] e que vão continuar a pagar taxas
moderadoras”, alertou o deputado da IL, Nuno Barata, no debate que
começou na tarde de quarta-feira. O
parlamentar da IL, que tem um acordo de incidência parlamentar com o
PSD, acusou mesmo o Governo Regional de “passar a vida a promover a
discriminação entre açorianos”, nomeadamente entre os que residem em
ilhas com hospital e os restantes (nas ilhas do Corvo, Flores, Pico, São
Jorge, Graciosa e Santa Maria). Nuno
Barata alertou ainda que, no caso da ilha de São Miguel, se fosse
aprovada a proposta de abolição de taxas nos centros de saúde, em vez de
se deslocarem ao Hospital do Divino Espírito Santo, onde pagam taxas,
os utentes passariam a optar pela urgência do centro de Saúde da Ribeira
Grande, onde deixa de haver pagamento. Na
apresentação do diploma, o socialista Tiago Lopes esclareceu que a
quinta alteração ao decreto legislativo que aprova o estatuto do Serviço
Regional de Saúde (SRS) pretendia “dispensar a cobrança de taxas
moderadoras nos cuidados de saúde primários e nas demais prestações de
saúde, mantendo-se apenas nos serviços de atendimento permanente nas
unidades de saúde de ilha e nos serviços de urgência hospitalares”. A
exceção seriam os casos em que “exista referenciação prévia comprovada
pela Linha de Saúde ou nas admissões para internamento através da
urgência”. Pela parte do PSD, o líder
parlamentar, João Bruto da Costa, destacou a proposta da comissão de
Assuntos Sociais, visando “abolir as taxas moderadoras nos centros
saúde”, algo também defendido pelo CDS-PP e pelo PPM.