Autor: Carlota Pimentel
A Igreja Católica vai iniciar nesta Noite de Natal a
celebração do terceiro Jubileu dos últimos 25 anos, um Ano Santo
convocado pelo Papa Francisco que propõe um cessar-fogo global e o
perdão das dívidas aos países pobres, revela a Agência Ecclesia.
“Que o primeiro sinal de esperança se traduza em paz para o mundo, mais uma vez imerso na tragédia da guerra”, escreve o Papa Francisco, na bula de proclamação do 27.º jubileu ordinário da história da Igreja Católica, intitulada ‘Spes non confundit’ (A esperança não desilude).
De acordo
com a Ecclesia, o Papa lamenta que a humanidade se mostre “esquecida
dos dramas do passado” e está de “novo submetida a uma difícil prova,
que vê muitas populações oprimidas pela brutalidade da violência”.
O Santo Padre reforça a proposta de que, “com o dinheiro usado em armas e noutras despesas militares, constituamos um Fundo global para acabar de vez com a fome e para o desenvolvimento dos países mais pobres”.
Tendo em vista o próximo Ano Jubilar, o Papa dirige-se aos responsáveis das nações mais ricas, para que “reconheçam a gravidade de muitas decisões tomadas e estabeleçam o perdão das dívidas dos países que nunca poderão pagá-las”.
“Mais do que magnanimidade, é uma questão de justiça, agravada hoje por uma nova forma de desigualdade de que se vai tomando consciência: com efeito, há uma verdadeira ‘dívida ecológica’, particularmente entre o Norte e o Sul, ligada a desequilíbrios comerciais com consequências no âmbito ecológico e com o uso desproporcionado dos recursos naturais efetuado, historicamente, por alguns países”, realça o líder da Igreja Católica, citado pela agência Ecclesia.
O Papa destaca que este ano jubilar acontece num
“aniversário muito significativo para todos os cristãos”, em que se
completam 1700 anos da celebração do “primeiro grande Concílio
ecuménico”, em Niceia, convidando as Igrejas cristãs a definir uma data
comum para a Páscoa.
“Seja isto um apelo a todos os cristãos do
Oriente e do Ocidente para darem resolutamente um passo rumo à unidade
em torno duma data comum para a Páscoa. Vale a pena recordar que muitos
desconhecem as diatribes do passado e não entendem como possam subsistir
divisões a tal propósito”, escreve.
Na bula de proclamação do
Jubileu 2025, defende uma amnistia para os presos, como sinal de
“esperança”, e anunciou abrir uma porta santa numa cadeia.
“Proponho aos governos que, no Ano Jubilar, tomem iniciativas que restituam esperança aos presos: formas de amnistia ou de perdão da pena, que ajudem as pessoas a recuperar a confiança em si mesmas e na sociedade; percursos de reinserção na comunidade, aos quais corresponda um compromisso concreto de cumprir as leis”, indica ainda o Papa.