Autor: Rui Jorge Cabral
O Observatório Astronómico de Santana - Açores (OASA) espera registar
este ano um número recorde de visitantes e participantes nas atividades
externas, depois de um verão “que superou as expectativas”, tendo sido
já registados mais de 10 mil visitantes e participantes nas várias
iniciativas realizadas.
Conforme explica em declarações ao Açoriano
Oriental Pedro Garcia, comunicador de ciência no OASA, “tivemos
condições meteorológicas bastante boas ao longo deste verão e mesmo
faltando ainda contabilizar o Mês da Ciência, em novembro, onde
costumamos também ter bastante procura, provavelmente iremos registar o
ano com mais visitas no Observatório”.
Refira-se que já no ano de 2022, o primeiro ano com normalidade após a pandemia de Covid-19, o OASA já tinha atingido o número de visitantes que registava na pré-pandemia.
O
OASA tem apostado muito na realização de atividades fora do
Observatório de Santana que, por estar afastado dos centros urbanos,
dificulta por vezes as visitas das escolas, devido ao tempo da
deslocação e às dificuldades no transporte.
Por isso, explica Pedro
Garcia, “temos tido uma atitude de ir ao encontro do público, sobretudo
os alunos do 3.º ciclo e do secundário, em que vamos ao encontro das
escolas”.
No Observatório de Santana decorrem iniciativas como as
observações do céu com telescópio, mas também palestras, workshops e
oficinas para os mais novos, sendo as observações noturnas a atividade
que tem maior procura, segundo Pedro Garcia.
“Por ano, programamos
cerca de 24 observações aqui no centro, normalmente duas por mês e
metade delas acabam por não acontecer por causa do mau tempo”, lamenta o
comunicador de ciência do OASA, numa situação que poderá inverter-se
quando for instalado o novo planetário fixo no Observatório de Santana
(ver caixa).
Na última década, afirma Pedro Garcia, o OASA “criou
uma estratégia que resultou num conjunto de atividades que têm vindo a
consolidar-se e que acabaram por ter bastante sucesso e serem bastante
procuradas, como é o caso da Rota do Sol, em que vamos às praias durante
o verão ou das atividades do Mês Mundial da Astronomia ou ainda os
Banhos de Lua, uma atividade que acontece apenas duas vezes por ano e
que é muito antecipada pelo público”.
Para o desenvolvimento das
suas atividades, o OASA tem recorrido com sucesso ao voluntariado de
muitos jovens, havendo, conforme refere Pedro Garcia, “interesse em
virem ajudar-nos, participando nas nossas atividades”.
O comunicador de ciência no OASA revela mesmo que “alguns jovens que começaram ainda na escola com interesse pela astronomia vieram depois fazer aqui monitorização no OASA, envolvendo-se nas nossas atividades, o que lhes deu experiência em saber lidar com o público, ganhando conhecimento e tornando-se melhores comunicadores”. E há casos em que, mais tarde, jovens que passaram pelo OASA acabaram por seguir estudos superiores na área ou regressam, vários anos depois, já como pais, para dar a conhecer o OASAe os mistérios do Espaço aos seus filhos.
Pedro Garcia afirma
por fim que ao longo da última década o OASA tornou-se uma instituição
conhecida e reconhecida a nível regional e nacional.
Planetário fixo vai levar mais pessoas a viajar pelo Espaço
O
Observatório Astronómico de Santana - Açores (OASA) vai ter um novo
planetário fixo, que deverá estar a funcionar no próximo ano, depois de
algum atraso na sua instalação, derivado da situação internacional, que
obrigou a rever preços e soluções.
O planetário fixo é uma
representação do espaço projetada circularmente numa cúpula, criando uma
experiência imersiva e dando a ideia ao espectador de estar a viajar
pelo Espaço, conhecendo os planetas, as constelações de estrelas e os
mistérios do Universo, num apelo aos sentidos, complementando as
observações reais realizadas por telescópio no próprio OASA.
Conforme
explica em declarações ao Açoriano Oriental Pedro Garcia, comunicador
de ciência no OASA, “nós temos atualmente um planetário digital móvel,
que está no centro, percorre as escolas e até vai a outras ilhas, mas o
planetário fixo é um equipamento desejado há muitos anos, que não existe
nos Açores e que nos oferecerá melhores condições de qualidade de
imagem, além de permitir ter mais pessoas ao mesmo tempo”.
Quando o
novo planetário fixo estiver a funcionar, servirá também como
alternativa de animação para os dias em que a observação do céu não é
possível, devido ao mau tempo. Pedro Garcia conclui, afirmando ser
importante que o OASA continue a ser valorizado - bem como os outros
centros de ciência dos Açores - “para que continue a crescer, seja com o
planetário, seja com novas exposições”.