Açoriano Oriental
“Não precisamos de medidas anunciadas a dois ou três meses das eleições”

Jorge Rita Presidente da Federação Agrícola dos Açores apresenta um conjunto de medidas que podem ser implementadas pelo Governo Regional dos Açores para minimizar as dificuldades sentidas pelo setor devido ao novo coronavírus. Setor pede apoio para aumentar liquidez

“Não precisamos de medidas anunciadas a dois ou três meses das eleições”

Autor: Luís Pedro Silva

Como é que a agricultura está a viver a crise do coronavírus?
Estamos a viver uma situação atípica, que ninguém esperava. Aproveito para enviar uma saudação especial a todos os profissionais de saúde que estão na linha da frente, conjuntamente com as pessoas que estão a trabalhar para ajudar a resolver os problemas causados por esta pandemia.
O setor agrícola, no atual contexto, é um dos poucos setores que é obrigado a trabalhar. E no caso da produção de leite, esta não pode parar porque as vacas têm de ser ordenhadas e alimentadas diariamente, e o trabalho necessário ao funcionamento das explorações tem de continuar, para que o abastecimento alimentar seja regular e capaz de satisfazer as necessidades da sociedade.
O agricultor não pode parar para que o seu rendimento seja garantido, assegurando sempre as condições essenciais de bem-estar animal e de segurança alimentar.
Foram criados vários planos de contingência nas indústrias de laticínios, tal como na Associação Agrícola de São Miguel e na Cooperativa União Agrícola, em que preparámos também equipas de apoio para ajudar a tratar dos animais dos nossos associados, porque não estamos livre de ter os trabalhadores de uma exploração em isolamento.
O cerco sanitário em São Miguel provoca algumas dificuldades, mas as autoridades já perceberam que os agricultores têm de se deslocar para as explorações agrícolas para trabalhar diariamente, mesmo que seja em concelhos diferentes. Neste momento, apesar de estarmos a trabalhar, o setor da produção de leite está a perder rendimento todos os dias, mas é um trabalho que precisa de ser feito.
Os agricultores têm demonstrado uma grande atitude cívica e convém que as pessoas não se esquecem do papel fundamental e indispensável da agricultura na nossa sociedade, porque produz alimentos para a população.
Apesar da importância que registamos no funcionamento da comunidade, também vamos ser afetados por esta crise, que será transversal a todos os setores. Todas as pessoas referem que isto é um tsunami, mas ainda não sabemos a sua dimensão e duração.


Leia a entrevista na íntegra a Jorge Rita na edição impressa do jornal Açoriano Oriental de sábado, 11 de abril de 2020




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