Açoriano Oriental
Movimento quer reinventar a estratégia urbana com “visão global” para Ponta Delgada

O movimento Reinventar a Estratégia Urbana de Ponta Delgada quer criar uma “visão global” para a cidade, através da promoção de concursos de ideias e da utilização de “instrumentos de desenho urbano”, disse o promotor.

Movimento quer reinventar a estratégia urbana com “visão global” para Ponta Delgada

Autor: Lusa/AO Online

Em declarações à agência Lusa, André Patrão adiantou que o manifesto do movimento assenta em duas medidas, que podem “parecer gerais e quase abstratas”, mas que são de “aplicação imediata e de grande consequência para a forma de pensar e agir a cidade”.

“Por um lado, a promoção de concursos de ideias, uma prática generalizada na Europa, principalmente, mas frequente em todo o mundo, e que permanece virtualmente inexistente nos Açores neste momento”, afirmou.

O arquiteto acrescentou que, na região, os projetos são “principalmente feitos por ajuste direto”.

André Patrão reconheceu que o concurso público “demora mais tempo e exige mais recursos”, mas disse ser “consensual” que é a “melhor e mais eficaz estratégia”.

O manifesto também propõe a atualização dos “meios de projeto urbano” para os “problemas que existem hoje” nas cidades, através da adoção dos “instrumentos de desenho urbano”.

Segundo disse, o desenho urbano é uma “escala intermédia entre uma dimensão mais técnica do planeamento urbano, focada, por exemplo em questões legais, de infraestrutura e de ordenamento do território, e uma dimensão mais próxima e tangível como a arquitetura”.

“Aplicando estes dois princípios, penso que quer os espaços já feitos, quer aqueles que possam ser feitos no futuro, podem ser recuperados com uma mentalidade muito diferente, com uma visão global do que a cidade deve ser”, afirmou.

André Patrão considerou ser necessário implementar uma “estratégia de cidade” para evitar “projetos redundantes”, como o caso da marginal de Ponta Delgada, onde a “avenida é copiada e recopiada várias vezes”.

“A questão não tem sido a falta de recursos, tem sido da boa aplicação dos recursos”, apontou.

O arquiteto também deu o exemplo da requalificação do Campo de São Francisco como uma “intervenção inconsequente”, porque “continua a ser um espaço morto”.

“O manifesto mais do que esmiuçar casos do que já foi feito, se os refere é só para fazer uma análise do presente, porque o manifesto está muito virado para o futuro, para os instrumentos e os temas do futuro”, concluiu.


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