Açoriano Oriental
Crise/Inflação
Misericórdias dos Açores reivindicam aumento das comparticipações do Governo Regional

Depois da pandemia de covid-19, as misericórdias dos Açores enfrentam agora "dificuldades acrescidas" devido ao aumento da inflação, reivindicando o aumento das comparticipações do Governo Regional, alertou o presidente da União das Misericórdias dos Açores.

Misericórdias dos Açores reivindicam aumento das comparticipações do Governo Regional

Autor: Lusa/AO Online

"Desde a pandemia, já a partir de 2020, o combustível aumentou cerca de 30%, o gás e a eletricidade 5%, a alimentação 13%, os consumíveis e o material clínico 12%, o oxigénio 20%. São valores muito elevados, motivados pelo contexto do covid-19 pandemia e agora agravado pela inflação", disse Bento Barcelos.

O responsável falava em declarações à agência Lusa a propósito do XV Congresso Insular das Misericórdias dos Açores e da Madeira, que decorre a partir de hoje, e até domingo, na ilha do Faial, dedicado ao tema “Sustentabilidade das Misericórdias: Caminhos para o Futuro”, evento promovido pela União das Misericórdias Portuguesas (UMP).

"Tal como aconteceu no continente entre a União das Misericórdias Portuguesas e o Governo da República, esperamos que na Região a União Regional esteja muito em breve em diálogo com o Governo, para que se possa também acompanhar um reforço do financiamento dos acordos de cooperação. E tudo aponta neste sentido", sublinhou o responsável.

Nos Açores existem 23 Misericórdias nos 19 concelhos da Região.

Há concelhos como o de Angra do Heroísmo, na Terceira, que conta com três Misericórdias.

Bento Barcelos garantiu que aquelas instituições de solidariedade social estão a desenvolver nos Açores a sua atividade no âmbito com "normalidade", mas "sentindo de uma forma muito preocupante e incisiva" um conjunto de contextos que "têm vindo a agravar a componente do seu financiamento, da sua estabilidade orçamental e financeira e da sua sustentabilidade"

"Depois da fase mais aguda da crise sanitária de covid-19, que criou uma perturbação muito elevada, mas que as Misericórdias conseguiram ter a capacidade de se adaptar às exigências provocadas pela pandemia, que implicaram medidas cautelares e preventivas e planos de contingência, apareceu agora esta crise provocada pelo aumento de inflação", assinalou.

O presidente da União das Misericórdias dos Açores disse que o "fenómeno inesperado" do aumento do custo de vida, provocado pela guerra na Ucrânia, tem implicações nos custos de funcionamento das valências, que têm aumentado de "forma exponencial".

"A sua missão social está a ser cumprida, mas o impacto do processo inflacionário, em cima de uma pandemia que ainda se faz sentir, tem efeitos enormes", vincou Bento Barcelos, lembrando as várias valências das Misericórdias, desde a creche e jardim infância, até ao apoio aos idosos, no domicílio e nas estruturas residenciais.

Bento Barcelos disse que aquelas instituições estão, por isso, na expectativa para um reforço de financiamento.

O Congresso Insular das Misericórdias dos Açores e da Madeira vai centrar-se em dois temas estratégicos: ‘Sustentabilidade no Setor Social’ e ‘As Misericórdias e as Políticas Sociais no Futuro’.

O objetivo é debater os desafios futuros que as Santas Casas enfrentam, não só para continuarem a garantir respostas sociais eficientes à população, mas também para poderem qualificar os seus recursos humanos, lê-se num comunicado da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).

O encontro vai refletir ainda sobre os desafios do envelhecimento em Portugal e sobre a proposta do novo modelo de serviço de apoio domiciliário, adequado às características sociais e geográficas do país e às necessidades das novas gerações de idosos.

A par do Congresso irão decorrer várias iniciativas para celebrar os 500 anos da Santa Casa da Misericórdia da Horta.


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