Autor: Lusa/AO Online
As consultas, em videoconferência, seguem-se a pedidos nesse sentido feitos por vários políticos, numa altura em que a maior economia da Europa regista todos os dias novos recordes de infeções.
A incidência de sete dias subiu hoje para um pico de 452,4 por 100.000 pessoas, o mais elevado desde que começou a pandemia.
Angela Merkel, os seus aliados conservadores e muitos virologistas admitiram publicamente, nos últimos dias, que as medidas atualmente em vigor são insuficientes para fazer face à quarta vaga do novo coronavírus no país.
A Academia Nacional de Ciências, instituição que aconselha as autoridades alemãs sobre as ações políticas a tomar relativamente à doença, defendeu, na semana passada, uma redução drástica dos contactos e a introdução gradual da obrigatoriedade da vacinação.
No domingo, as autoridades de saúde alemãs confirmaram ter detetado no país três casos da variante Ómicron do coronavírus que provoca a covid-19, um em Frankfurt e dois na Baviera.
"Todos os dias contam", advertiu Merkel na quinta-feira, admitindo que defende mais medidas e que já transmitiu essa posição a Scholz, que deverá tomar posse nos próximos dias, à frente de uma coligação de sociais-democratas, verdes e liberais.
Na maior parte da Alemanha, as pessoas não vacinadas não podem entrar em espetáculos, restaurantes, ginásios ou mesmo cabeleireiros, mesmo que apresentem um teste negativo.
Embora muitos mercados de Natal tenham fechado nas regiões mais afetadas, ainda se realizam grandes concentrações noutras regiões.
O Governo criticou hoje a presença de 50.000 adeptos no jogo entre o Colónia e o Borussia Mönchengladbach, muitos dos quais sem máscaras e sem respeito pelas regras de distanciamento social.
Segundo o diário Die Welt citado pela agência France-Presse, os chefes das regiões iniciarão as suas consultas no início da tarde de terça-feira, e dar-lhes-ão continuidade, juntamente com Merkel e Scholz, no seio da unidade de crise criada pelo futuro governo.
As autoridades também querem avaliar a esperada decisão do Tribunal Constitucional sobre a validade do mecanismo do "travão de emergência" introduzido na primavera passada, que impõe bloqueios automáticos na vida pública, incluindo o recolher obrigatório, acima de um determinado limiar.