Açoriano Oriental
Marta Guerreiro diz que números da operação da Delta são tratados de forma "leviana"

A secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo considerou hoje que os números relativos ao abandono da rota dos Açores por parte da Delta Airlines têm sido tratados de uma forma “um pouco leviana”.

Marta Guerreiro diz que números da operação da Delta são tratados de forma "leviana"

Autor: Lusa/AO online

Marta Guerreiro reiterou que esta “não é uma notícia positiva” mas há que, em termos de impacto económico, “pôr as questões nos seus devidos termos”, declarando que o que se assiste “em termos de redução de pessoas que viajaram na Delta Airlines, este verão, para os Açores, são cerca de 13 mil passageiros”.

A Delta Air Lines confirmou em 23 de outubro que iria "descontinuar o serviço de verão entre Ponta Delgada e Nova Iorque”, sem referir as razões de deixar de voar para os Açores.

A companhia norte-americana começou em maio de 2018 a voar para os Açores, ligando Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, ao Aeroporto John F. Kennedy, em Nova Iorque (Estados Unidos da América), e arrancou a operação com cinco voos por semana com um Boeing 757-200ER, com capacidade para 199 passageiros.

A responsável pela pasta do Turismo reuniu-se hoje, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, com agentes do setor naquela que constitui a primeira reunião do que se pretende venha a ser o Conselho Regional do Turismo, que se vai reunir duas vezes por ano.

De acordo com secretária regional, se for tida em consideração uma média de três noites de estadia “está-se a falar de 36 mil dormidas”, o que significa que se está a crescer em 2019 17%, e 15% sem o mercado americano, o que considerou “bastante relevante para a região”.

Segundo Marta Guerreiro, em 2018, dos 70 mil americanos que viajaram para os Açores, “apenas 12 mil optaram pela Delta”.

A governante continua a referir que em termos de alternativas à operação da Delta Airlines “há várias hipóteses que estão a ser trabalhadas”, mas não identificou quais.

A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada referiu em 23 de outubro que a operação da Delta - com uma frequência de sete dias por semana durante 16 semanas, com cerca de 200 passageiros e tripulantes por rotação, representava cerca de 1.400 passageiros por semana, para um total de cerca de 22.400 turistas ou cerca de 90.000 dormidas.

“Se considerarmos uma estada média de quatro dias, sendo uma operação de época alta, estima-se uma despesa média total de cerca de 250 euros por dia, perdem-se receitas diretas da ordem dos 22 milhões de euros por ano. Em cinco anos perdem-se 120 milhões de euros. Mesmo que se considere uma taxa de ocupação de apenas 80%, as perdas a cinco anos são da ordem dos 100 milhões de euros”, segundo aquele organismo.

Marta Guerreiro referiu que na reunião com os agentes do turismo foram identificados vários mercados alternativos, alguns já tradicionais da região, como o alemão, o norte-americano e “muitos outros com potencialidades de crescimento” como o francês, que ocupa a “quinta posição na região à frente de outros com ligações diretas”, daí que se pretenda investir mais na promoção neste mercado em parceria com a Associação de Turismo dos Açores (ATA).

A secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo declarou que foi identificado com os parceiros do sector, além da promoção dos Açores, “alguma falta de mão de obra qualificada”, o que se pretende combater tornando as profissões ligadas ao setor “mais atrativas”.


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