Açoriano Oriental
Ucrânia
Mariupol tem víveres para três dias, segundo deputado

A cidade portuária ucraniana de Mariupol, sitiada pelas tropas russas, tem víveres para três dias até que os seus habitantes comecem a passar fome, disse um deputado ucraniano.

Mariupol tem víveres para três dias, segundo deputado

Autor: Lusa/AO Online

Dmitro Gurin, um parlamentar cujos pais continuam em Mariupol, descreveu em declarações à estação pública britânica BBC uma situação humanitária muito precária na cidade que as forças russas querem controlar para fechar o acesso marítimo da Ucrânia ao exterior.

Depois de falar com o gabinete do presidente da câmara de Mariupol, Gurin indicou que os cadáveres se amontoam nas ruas e que as autoridades estão a abrir valas comuns para os enterrar, já que é impossível sepultar os mortos individualmente devido aos bombardeamentos constantes.

Com as morgues sobrelotadas e muitos cadáveres por recolher nas casas, foi escavada uma vala funda com cerca de 25 metros de comprimento num dos mais antigos cemitérios do centro da cidade. Os assistentes sociais apareceram hoje transportando 30 corpos envoltos em tapetes ou sacos, e na terça-feira, levaram outros 40.

Entre os mortos enterrados nas valas comuns, há vítimas civis dos bombardeamentos à cidade, bem como alguns soldados. Funcionários dos serviços sociais municipais têm também ido recolher cadáveres em casas de habitantes da cidade, incluindo de alguns civis que morreram de doença ou causas naturais. Não houve qualquer cerimónia, nem familiares a despedir-se.

O deputado ucraniano Dmitro Gurin denunciou que o exército russo está “a arrasar” a cidade do sudeste da Ucrânia com os seus mísseis e alertou que, na sua opinião, “a Terceira Guerra Mundial já começou”, pelo que os países ocidentais não deveriam hesitar em decretar uma zona de exclusão aérea nos céus ucranianos.

“A única dúvida em relação a quando [outros exércitos] se juntarão [à Ucrânia] é quantos ucranianos terão morrido numa semana”, disse Gurin, antes de recordar que “o Reino Unido já teve que tomar esta decisão há 80 anos”, com a sua entrada na Segunda Guerra Mundial.

Apesar de tudo, a Ucrânia abriu hoje seis corredores humanitários para a retirada de civis, depois de ter conseguido um cessar-fogo com o Governo russo nessas zonas, incluindo a de Mariupol e Zaporiyi.


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