Açoriano Oriental
Líder do PS/Açores acusa Governo de "negociações à socapa" para viabilizar Orçamento

O líder da bancada socialista no parlamento açoriano acusou o Governo PSD/CDS-PP/PPM de “negociações à socapa” para viabilizar o Orçamento para 2022, desafiando-o a dizer o que pensa sobre as condições do Chega para votar favoravelmente.

Líder do PS/Açores acusa Governo de "negociações à socapa" para viabilizar Orçamento

Autor: Lusa/AO Online

“Estamos a assistir a um jogo de sombras, em que cada um acha que, se o outro não saber que cedeu, está tudo bem. O problema está aí, na capacidade nas negociações, simplesmente para que se mantenham no poder. Transformaram o Orçamento em algo secundário. O principal, engula-se uma baleia ou um elefante, não interessa, é que esta negociação passe de mansinho”, lamentou o deputado Vasco Cordeiro, no debate sobre o Orçamento da Região para 2022, que começou na segunda-feira na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA).

Vasco Cordeiro perguntou ainda “que resposta deu o Governo à ideia de que já está definida uma remodelação [do executivo], à decisão de extinguir a SATA Internacional ou a apoios à natalidade só para ricos”, algumas das propostas apresentadas na sexta-feira pelo deputado único do Chega como condição para viabilizar o Orçamento num parlamento onde os partidos de Governo (PSD/CDS-PP/PPM) precisam do seu apoio parlamentar.

“Esclareça-nos. Diga-nos. Em que ponto está a autonomia e a democracia?”, desafiou o ex-presidente do Governo dos Açores.

Para Vasco Cordeiro, “cada segundo e cada minuto que passa sem esclarecimento das dúvidas criadas na sexta-feira [em conferência de imprensa, pelo deputado do Chega] é um minuto e um segundo a menos no benefício da dúvida que podia ter o Governo”.

“A questão não é se o PS apresenta propostas ou alternativas, é se o presidente do Governo aceita ou aceitou submeter-se à chantagem de um partido”, afirmou, em resposta às críticas de Paulo Estêvão, deputado do PPM.

Vasco Cordeiro criticou as “negociações à socapa, pouco transparentes”, que criam a “ilusão de que não se sentam [à mesa das negociações] quando já está tudo combinado para que se sentem”.

Questionado por Paulo Estêvão, Vasco Cordeiro disse ainda ter aprendido coisas na oposição, após oito anos na presidência do executivo açoriano.

“Uma das coisas é que este comportamento [do Governo] é arrogantemente típico de uma maioria absoluta. Eu sou a prova. Há um ano, os açorianos tiveram uma mensagem muito clara em relação a este tipo de comportamento [tiraram a maioria absoluta ao PS]. Aprendi eu num ano o que os senhores não aprenderam em mais de 20”, observou.


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