Autor: Lusa/AO online
Já retirado, Armstrong, um sobrevivente do cancro, venceu o Tour consecutivamente entre 1999 e 2005 e, após anos de suspeições, foi acusado e punido pela USADA, que, entre outras coisas, apoiou a sua decisão em testemunhos de 11 dos antigos companheiros de equipa.
"Armstrong não tem lugar no ciclismo. Ele merece ser esquecido no ciclismo", declarou o presidente da UCI, o irlandês Pat McQuaid, durante uma conferência de imprensa, em Genebra, depois de ter qualificado este dia como "muito importante para o ciclismo".
A UCI confirmou as sanções aplicadas em agosto pela USADA, que irradiou Armstrong e anulou os resultados da maior parte da sua carreira. Armstrong, de 41 anos, abandonou o ciclismo profissional em definitivo no início de 2011, depois de uma primeira retirada entre 2006 e 2008.
"Estamos perante um enorme e sofisticado programa de doping. Era vencer a qualquer custo", descreveu McQuaid, que assumiu a presidência da UCI após a sétima e última vitória de Armastrong no Tour.
No seu relatório de 164 páginas, acompanhado de cerca de 1.000 outras páginas de testemunhos e estudos, publicado a 10 de outubro, a USADA acusa Armstrong de ter montado "o programa de doping mais sofisticado da história do desporto".
"Eu tenho de dizer e admitir, como [antigo] ciclista e vindo de uma família do ciclismo, fiquei enojado com o que li na no relatório da USADA", acrescentou.
Os testemunhos de 11 dos seus antigos companheiros apontam para o recurso sistemático a eritropoietina (EPO), transfusões sanguíneas, hormona de crescimento, testosterona e cortisona. Alguns deles acusam a UCI de ser conivente com o sistema, afirmando que o organismo encobriu um caso positivo no Tour de 1999 e outro na Volta à Suíça de 2001.
"Essas acusações são falsas", declarou Pat McQuaid, sublinhando que "a UCI nega formalmente" ter encoberto qualquer controlo positivo.
Na sexta-feira, a UCI vai decidir se os sete triunfos do texano na Volta a França vão ser atribuídos a outros corredores, mas o diretor da prova, Christian Prudhomme, já tinha manifestado o desejo de que as vitórias de Armstrong ficassem sem dono.
"Muitos deles [ciclistas e equipas] fizeram muito dinheiro com a batota. Nenhum deles pediu desculpa à UCI, ao desporto, aos adeptos e aos acionistas. Nenhum devolveu o dinheiro aos organizadores. Fizeram batota e tenho pena dos que correram limpos", disse McQuaid.
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