Autor: Lusa/AO Online
“Os Orçamentos do Estado do PS normalmente têm alguma margem de manobra para melhorias, portanto, abstenho-me, exatamente na esperança de que este orçamento tenha uma maior viragem à esquerda”, disse à Lusa a deputada, confirmando a abstenção, que foi avançada pela TSF.
O Orçamento do Estado para 2022 é votado na generalidade na Assembleia da República na quarta-feira, sendo ainda incerta a sua viabilização.
A deputada (ex-Livre) faz uma reflexão sobre a postura do Governo, a quem pede mais humildade, mas também sobre a postura dos partidos à esquerda e a consequência de eventuais eleições antecipadas, que, considera, podem abrir a porta a entendimentos à direita que incluam a extrema-direita.
“É necessário que o executivo oiça com maior humildade os partidos à esquerda, mas é igualmente necessário que os partidos à esquerda pensem mais na população, no que efetivamente a vai beneficiar hoje, se são as medidas insuficientes de um partido como o PS ou se vale a pena anteciparmos eleições e abrir a porta a uma geringonça com a direita, extrema-direita, e partidos liberais”, defendeu.
Joacine Katar-Moreira sublinhou que “os Orçamentos do Estados do PS são do PS, não são necessariamente à esquerda ou que valorizem áreas essenciais, nomeadamente, o aumento dos rendimentos das famílias e os apoios sociais”.
“Ando, aliás, em negociações para o aumento do RSI [Rendimento Social de Inserção], para alargamento do RSI, aumento da tarifa social da energia, para o aumento de 1 ou 2 escalões do IRS, nomeadamente, um que tenha em conta rendimentos acima dos 80 mil euros ao ano, entre outras iniciativas, com o objetivo de salvaguardar os mais vulneráveis”, sustentou a deputada.