Açoriano Oriental
Jardim desafia Estado a divulgar o montante da divida perdoada às ex-colónias desde 1975
O líder do PSD-Madeira, Alberto João Jardim, desafiou segunda-feira o Estado português a divulgar o montante da dívida que perdoou às antigas colónias africanas que se tornaram independentes, desde o 25 de abril.
Jardim desafia Estado a divulgar o montante da divida perdoada às ex-colónias desde 1975

Autor: Lusa/AO Online

“Desafio o Estado português a pôr cá fora, desde o 25 de abril, qual foi o montante que perdoou de divida aos países africanos, que hoje são independentes, não são portugueses”, afirmou o cabeça de lista social-democrata às eleições legislativas de outubro, esta noite.

“Temos que derrotar os poderes económicos, financeiros e políticos de Lisboa. Mostrar ao País que Lisboa pode ser derrotada democraticamente, dando uma lufada de esperança, que a maçonaria pode ser derrotada, não é o tal poder absoluto que tem Portugal na não”, proclamou, ao discursar num jantar-comício na freguesia do Caniçal, concelho de Machico, que reuniu aproximadamente 1.300 pessoas.

Jardim disse que “os madeirenses querem saber desde 1975 que quantidade de dinheiro o Estado português deu a países estrangeiros e vão ver que quem anda de gatas é Portugal debaixo dos países africanos. Até agora com o acordo ortográfico que não serve para nada, e querem continuar a tratar a Madeira como colónia”, que consideram “rebelde”.

Salientou que “de todos os povos que tiveram de lidar com o povo português, os madeirenses foram os mais fiéis”, garantindo: “Continuamos e queremos continuar a ser portugueses”.

A polémica em torno da dívida da Madeira foi outro dos temas destacados pelo líder madeirense no discurso neste comício, mencionando que se fala desta situação regional sem mencionar o passivos das várias empresas públicas, do Metro do Porto, do BPN e das Estradas de Portugal.

“A obsessão daquela gente é a Madeira, porque enquanto se fala da Madeira não se fala da pouca-vergonha que os socialistas fizeram ao País e puseram Portugal na situação vergonhosa dos portugueses estarem sob administração estrangeira”, realçou Jardim.

“Não se fala dos socialistas, nem do atual Governo que, coitado, herdou um País onde tem tomar medidas muito chatas”, insistiu.

Segundo o governante regional, “esta história da Madeira cai às mil maravilhas, até porque os adversários em Lisboa pensam: ‘vamos explorar esta história da dívida a ver se a gente se vê livres do Alberto João”, argumentou.

A propósito, admitiu que “até dentro do PSD haja quem queira ver-se livre do Alberto João, mas só quem põe o Alberto João na rua é o povo” madeirense.

“Depois apareceu outra história que o governo da Madeira tinha ocultado não sei quanto de dívida… Isto é mentira. Não se ocultou coisa nenhuma. Pegaram em frases minhas ditas em comícios para dizer ‘ele reconheceu’”, adiantou.

“Não reconheço coisa nenhuma, o que se passou foi que, enquanto os socialistas nos tiraram dinheiro, ouviram-me dizer que nós continuamos com as obras. Fizemos dívida. Foi preciso acertar de novo essa dívida com os bancos e empreiteiros e logo que entrou este Governo, no passado mês de Agosto... Não tenho nada a esconder. Se quisesse só pedia a fiscalização no fim de setembro ou princípios de outubro, mas como gosto de coisas clarinhas, pedi em agosto a intervenção oficial à República”, explicou.

Jardim realçou ainda que foi o próprio secretário regional das Finanças que “entregou os dados” ao Instituto Nacional de Estatística.

“O ridículo de tudo isto é estarem a dar impressão que o buraco português de centenas de milhares de milhões de euros, a culpa é dos madeirenses. Devemos ter ouro debaixo da cama”, referiu.

Jardim apontou que andam a defender a realização de um inquérito ao presidente e a outros membros do governo regional, perguntando: “Alguém fez algum inquérito ao Sócrates e aquela cambada que puseram o País por água abaixo?”

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