Açoriano Oriental
Fórum Açoriano promove debate sobre o ativismo público

A primeira iniciativa da nova direção do Fórum Açoriano acontece na Biblioteca Pública de Ponta Delgada a 29 de outubro, com uma mesa-redonda com três convidados que irão debater o ativismo nos media, no ambiente e na política

Fórum Açoriano promove debate sobre o ativismo público

Autor: Rui Jorge Cabral

O Fórum Açoriano - Associação Cívica vai promover uma mesa-redonda com o tema “Ativismo Público: novas lutas (e alternativas) para um Mundo em mudança”, onde o ativismo público estará em debate nas vertentes dos media, do ambiente e da política.

Com entrada livre a toda a comunidade, esta mesa-redonda vai decorrer no auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, pelas 17h00 de sábado, dia 29 de outubro, tendo como convidados Isabel Babo (Reitora da Universidade Lusófona do Porto) que irá abordar o tema do ativismo nos media; João Joanaz Melo (Professor da Universidade Nova de Lisboa), que irá por seu lado abordar o tema do ativismo ambiental e Manuel Arriaga (Professor da Universidade de Nova Iorque/Stern)  que irá falar sobre o ativismo político.

Esta é a primeira iniciativa da atual direção do Fórum Açoriano, Associação Cívica que irá assinalar 30 anos de existência em 2023.

Conforme explica em declarações ao Açoriano Oriental a presidente da direção do Fórum Açoriano, Pilar Damião de Medeiros, esta iniciativa justifica-se com os tempos atuais “uma vez que são temas que estão na ordem do dia. Pretendemos trazer para o centro do debate exemplos de diferentes movimentos cívicos e novas formas de ativismo público que têm vindo a desafiar as práticas correntes de uma democracia representativa. Pese embora muitos deles têm início no mundo digital, nas redes sociais, torna-se relevante perceber as consequências diretas na Realpolitik.”

Para Pilar Damião de Medeiros, “a cidadania necessita de pessoas corretamente informadas” mais ainda quando as sociedades atuais se debatem com problemas “como o ressurgimento dos nacionalismos de exclusão, e o chamado ‘défice democrático’, que se traduz nas elevadas taxas de abstenção, resultante do desfasamento entre os cidadãos e o campo da política”.

Neste aspeto, Pilar Damião de Medeiros destaca um dos temas que Manuel Arriaga traz a este debate, o das Assembleias de Cidadãos, dando como exemplo a cidade de Toronto, no Canadá, onde o município recebe contributos para a tomada de decisão política com base na opinião de cidadãos escolhidos através de uma amostra representativa. “Modelo este que serve de resposta às limitações da democracia representativa”, afirma Pilar Damião de Medeiros.

Citando o filósofo e sociólogo francês, Edgar Morin, segundo o qual “a regeneração democrática supõe a regeneração do civismo e a regeneração do civismo supõe a regeneração da solidariedade e da responsabilidade”, Pilar Damião de Medeiros salienta a necessidade de os cidadãos revitalizarem o espaço público com debates, reflexões e ações conjuntas, ou seja, “com processos radicalmente mais democráticos e deliberativos”.

Por isso, conclui a presidente da direção do Fórum Açoriano, “é fundamental criarmos uma consciência de intervenção e de ativismo público em todas as suas dimensões, porque precisamos dar um salto qualitativo e, sem o contributo dos cidadãos, estaremos a pôr em causa a própria democracia”.


Regresso em força em 2023 com os 30 anos do Fórum Açoriano

O Fórum Açoriano - Associação Cívica vai assinalar 30 anos de existência em 2023, numa comemoração que terá o seu ponto alto no dia 3 junho - data da fundação - mas que será marcada ao longo do próximo ano por várias iniciativas que estão a ser preparadas pela nova direção do Fórum Açoriano.

Em declarações ao Açoriano Oriental, a presidente da direção do Fórum Açoriano refere que “neste momento, já temos uma nova imagem do Fórum Açoriano, estamos a atualizar a nossa integração nas redes sociais, a atualizar a nossa rede de contactos e de associados, bem como a rever os estatutos, para regressarmos em força em 2023, com as comemorações dos 30 anos do Fórum Açoriano”.

Recorde-se que os novos órgãos sociais do Fórum Açoriano para o triénio 2022-2024 foram eleitos no final do passado mês de abril. A nova direção é presidida por Pilar Damião de Medeiros, tendo por vice-presidentes Alexandre Pascoal e Ana Cunha, sendo que os novos órgãos sociais do Fórum Açoriano foram  constituídos com um critério de paridade de género, integrando seis membros masculinos e seis femininos, com os três órgãos diretivos do Fórum Açoriano a serem presididos por mulheres.

A Associação Cívica Fórum Açoriano foi fundada em 1993, tem sede no concelho de Ponta Delgada e o seu primeiro presidente foi Roberto Amaral, tendo por ele passado ao longo das últimas três décadas figuras como Conceição Garcia, Gilberta Rocha, Isabel Marques Ribeiro, Carlos Lopes, Eduardo Paz Ferreira, José Medeiros Ferreira ou o recentemente falecido Mário Mesquita, que nos primeiros anos do Fórum era o dinamizador do núcleo desta Associação Cívica em Lisboa.



PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados