Açoriano Oriental
Filme açoriano integrou seleção do Fantasporto

A curta-metragem ‘Horário em Branco’, do realizador açoriano Manuel Bernardo Cabral, integrou a Secção Oficial de Cinema Português do Fantasporto, um dos principais festivais nacionais

Filme açoriano integrou seleção do Fantasporto

Autor: Rui Jorge Cabral

Um casal numa paragem de autocarro. O horário está em branco. Um autocarro aproxima-se e recolhe-os. Na berma da estrada, dois feridos, um homem e uma mulher. O jogo da vida e da morte, mas também uma história de amor. 

Assim se resume em poucas palavras a curta-metragem ‘Horário em Branco’, do realizador açoriano Manuel Bernardo Cabral. Este pequeno filme de apenas sete minutos, interpretado por Mónica Cabral, Nuno Branco e Eduardo Almeida,  estreou recentemente no Festival Internacional de Cinema do Porto - Fantasporto, um dos principais festivais de cinema de Portugal e que tem o seu enfoque no cinema fantástico, com temas sobrenaturais.

O filme ‘Horário em Branco’ integrou a Secção Oficial de Cinema Português do Fantasporto, tendo estado presentes na estreia o realizador, Manuel Bernardo Cabral, o produtor António Costa Valente e ainda os atores Nuno Branco e Eduardo Almeida. Escrito e realizado por Manuel Bernardo Cabral, ‘Horário em Branco’ contou também com música e imagem de Joaquim Pavão, tendo Ricardo Amaral ficado responsável pelo som. A produção deste filme teve ainda o apoio Direção Regional da Cultura do Governo dos Açores. Baseado na mitologia grega e num episódio do Cavaleiro Ardent, um herói de banda desenhada belga, ‘Horário em Branco’ teve a sua pré-produção e planificação ainda antes da pandemia, mas só no final de 2021 puderam decorrer as filmagens, com o filme a ser montado e finalizado no ano passado.

Em declarações ao Açoriano Oriental, o realizador Manuel Bernardo Cabral recorda o caráter ‘faça você mesmo’ deste filme, que foi rodado durante cinco dias num pequeno troço ladeado de plátanos da antiga Estrada da Ribeira Grande, onde hoje quase já não há tráfego automóvel. “O escritório e centro de produção do filme acabou por estar ‘instalado’ nos nossos carros e no próprio autocarro utilizado nas filmagens”, recorda o realizador. 

As colaborações de Manuel Bernardo Cabral com a produtora Filmógrafo e com António Costa Valente têm possibilitado a alguns dos seus filmes de curta-metragem a exibição em festivais de cinema nacionais e internacionais, sempre num registo de cinema independente. Poderá  ser este um caminho para a produção cinematográfica nos Açores? Pequenos filmes com pequenas produções independentes, destinados sobretudo ao circuito dos festivais?

Manuel Bernardo Cabral entende que sim, que este pode ser um caminho para haver uma maior continuidade da produção cinematográfica nos Açores, lembrando que “a curta-metragem, devido aos seus custos e meios mais reduzidos, é um espaço de liberdade criativa muito grande, que não nos seria permitida na longa-metragem, onde há sempre muita coisa em jogo, além de poder servir de formação para cineastas que depois se possam vir a lançar na longa-metragem”.

Depois da estreia no Fantasporto, Manuel Bernardo Cabral pretende agora fazer ainda “algumas afinações em termos de som, luminosidade e cor” no filme, que no entanto foi bem recebido pelos programadores e pelo público do festival. O filme ‘Horário em Branco’ poderá ser exibido noutros festivais de cinema, devendo a estreia em São Miguel acontecer no início do outono, aquando do Festival Curta Açores.

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