Autor: Lusa/AO Online
“A venda de bilhetes está a decorrer muitíssimo bem. Temos tido mais vendas do que nos anos anteriores. A uma semana do início do festival, temos mais bilhetes [vendidos] do que era habitual”, adiantou, em declarações à Lusa, José Ribeiro Pinto, da associação cultural AngraJazz, que organiza o festival desde 1999, em Angra do Heroísmo.
Joe Dyson, Samara Joy, Belmondo Quintet e Guillermo Klein são alguns dos nomes que integram o cartaz da 23.ª edição do AngraJazz.
A lotação do Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo ainda não está esgotada, mas já restam poucos bilhetes, segundo Ribeiro Pinto.
“Tradicionalmente, o dia da cantora esgota. Já há muitos anos que isso acontece. Estamos à espera que volte a acontecer. Por outro lado, há de facto este entusiasmo, este ano, pelo último dia que é, de facto, fantástico”, salientou.
“As pessoas estão com saudades. No ano passado, ainda por cima, a sala foi limitada a metade da lotação, portanto muita gente ficou de fora”, acrescentou.
Em 2018 e 2019, mais de um quarto da plateia do festival foi preenchido por pessoas que chegaram de fora da ilha, incluindo 7% do estrangeiro.
Há dois anos que a organização não aposta na promoção internacional do festival, apoiada em anos anteriores pelo Turismo de Portugal, mas acredita que a tendência se vai manter.
“A nível nacional, o festival é conhecidíssimo. É considerado um dos três melhores festivais de jazz que se realizam em Portugal. Esperamos ter uma belíssima assistência de fora”, vincou o membro da associação cultural AngraJazz.
O festival só arranca no dia 06, mas antes de subirem ao palco grandes nomes internacionais, a cidade de Angra do Heroísmo enche-se de jazz, durante nove dias, com concertos gratuitos de músicos locais e nacionais em bibliotecas, restaurantes, cafés, hotéis ou lojas.
A partir de sexta-feira e até dia 08 de outubro, todos os dias às 18h00 há um concerto com o Toscano/Andrade Quarteto, o TB Jazz Ensemble, o Joana Pacheco Group ou o Coelho/Fernandez/Cunha Trio.
“Este ano, por exemplo, pode-se encontrar a tocar o grande Ricardo Toscano, de repente, na biblioteca pública ou numa loja na Rua Direita. Penso que é um belo contributo. No fundo, é quase como se fosse um festival dentro do festival”, frisou José Ribeiro Pinto.
A adesão ao Jazz na Rua “tem vindo a subir de ano para ano” e é também uma forma de desmistificar alguns preconceitos que ainda existem sobre este estilo musical.
“É sempre bom ir mostrando jazz simples e agradável num café. Ajuda a fazer mais amantes. As pessoas começam a pensar que o jazz afinal é uma coisa que se houve bem, que é interessante. Tudo o que se possa fazer ajuda a trazer público para o jazz”, afirmou o organizador.
No Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, o festival arranca no dia 06, com a Orquestra AngraJazz, o grupo da casa que “vai, de ano para ano, melhorando a qualidade” e integrando “jovens músicos”, que “garantem a continuidade do projeto”.
No mesmo dia, sobe ao palco o quinteto do norte-americano Joe Dyson, “uma referência importante na bateria no jazz”.
No dia seguinte, a noite abre com o Pedro Moreira Sax Ensamble, um deceto português composto por oito saxofonistas, um contrabaixista e um baterista.
“É um projeto maravilhoso, que tem sido altamente premiado – o disco foi eleito disco do ano – um grupo notável em Portugal”, sublinhou Ribeiro Pinto.
Na mesma noite, atua a jovem cantora nova-iorquina Samara Joy, “uma das grandes sensações do jazz mundial”.
O festival encerra com o quinteto dos irmãos Belmondo, “o melhor grupo de jazz francês da atualidade”, seguindo-se Guillermo Klein y Los Guachos, um grupo com 11 músicos liderado pelo pianista e compositor argentino, que vive há muitos anos em Nova Iorque.