Autor: Lusa/AO Online
A informação foi adiantada pelo coordenador da Estrutura de Missão dos Açores para o Espaço, Luís Santos, na abertura da Conferência Internacional sobre a Estratégia dos Açores para o Espaço, que se realiza em Ponta Delgada até sexta-feira.
Aos jornalistas, o responsável considerou que o Espaço pode transformar-se no quarto setor económico com relevo no futuro, pois “a taxa mínima de crescimento estimado para o setor do Espaço nos próximos anos é de 7%”.
“Não tenho dúvidas de que, além de ter potencial para ser a quarta área, o Espaço tem esse potencial durante muitos anos. Não estou a desvalorizar a Agricultura, a Pesca e o Turismo, mas são áreas mais voláteis”, observou.
Luís Santos acrescentou que é no espaço que estão os dados brutos que depois se usam para “mapear as costas, monitorizar as áreas de pescas, a passagem de aviões ou navios ou aplicar no estudo das alterações climáticas”.
“Estes dados são uma fonte de riqueza que se desmembram numa série de negócios”, frisou.
O responsável explicou ainda que a intenção do Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, é “identificar oportunidades, plasmá-las num documento e definir a estratégia para médio e longo prazo”.
“Queremos potenciar projetos, iniciativas, alguns que já existem, mas que têm uma lógica de organização dispersa”, disse o coordenador da Estrutura de Missão dos Açores para o Espaço.
Esta Estratégia pretende “agregar as especificidades dos Açores e as oportunidades que se apresentam ao arquipélago, em harmonia com os programas nacional e europeu para o Espaço”, acrescentou.
Está em causa “uma extensão da estratégia nacional e do programa europeu” para o Espaço, sublinhou.
“Mais do que falar só a nossa posição geográfica, importa potenciá-la para além da nossa geografia. As pessoas são o mais importante na nossa estratégia. Os açorianos e açorianas também pensam que esta é a oportunidade deles”, destacou.
O responsável notou que todos os projetos já existentes no arquipélago têm três pontos em comum: “postos de trabalho muito qualificados, investimento e exposição externos”.
São, por isso, uma forma de fazer com que os açorianos que saem do arquipélago para o Ensino Superior possam regressar à região, defendeu.
A Estratégia dos Açores para o Espaço tem, por isso, “três grandes objetivos: o crescimento económico, o desenvolvimento de capacidades e o aumento da visibilidade”.
Para alavancar a missão, será preciso criar “um modelo” e uma “entidade ágil” de gestão, uma alavanca jurídica, ou seja, "um novo quadro regulamentar” e a “alavanca financeira” do futuro quadro comunitário de apoio da União Europeia.
Os impactos serão o “desenvolvimento socioeconómico da região”, de um “‘cluster’ industrial e científico” e a “atração de empresas e criação de empregos qualificados”.
“Devemos apostar na educação e formação para uma nova geração de açorianos ligados ao espaço”, defendeu o especialista.
Entre os projetos ligados ao Espaço atualmente existentes no arquipélago, Luís Santos destacou a Estação de rastreio de lançadores da Agência Espacial Europeia, a Estação de medição de radiação atmosférica do Departamento de Energia dos EUA, em colaboração com Universidade dos Açores ou a estação de sensores Galileo.