Açoriano Oriental
Engenheiro de som, DJ e produtor português faz carreira em Los Angeles

O engenheiro de som, DJ e compositor Miguel Azevedo é um dos novos talentos da produção sonora em Los Angeles, com um cargo na empresa de eventos Insomniac, responsável pelo festival Electric Daisy Carnival, e um projeto a solo. 

Engenheiro de som, DJ e produtor português faz carreira em Los Angeles

Autor: Lusa /AO Online

“Produtores em Los Angeles não faltam. Mas houve uma linguagem que eu consegui atingir”, disse à Lusa Miguel Azevedo, sobre a rápida ascensão que logrou numa indústria muito saturada. “O mais importante é a identidade, ter a capacidade de oferecer qualquer coisa que não existe. Foi exatamente isso que me trouxe aqui”, descreveu.

Formado em Music Technology na Kingston University, em Londres, o português viu as portas do mercado norte-americano abrirem-se pela mão de Bunny, um dos fundadores do projeto musical Rabbit in the Moon.

“A única maneira de uma coisa destas acontecer é ter alguma coisa diferente para oferecer. No meu caso, foi ter um estilo de produção musical que efetivamente aqui não existe, com influências europeias e portuguesas”, salientou. 

Depois de fazer parte do grupo de música eletrónica Blare em Portugal, Miguel Azevedo encontrou no sul da Califórnia uma rampa de lançamento para a sua carreira. 

Como engenheiro de som e designer de som na Insomniac, o português é responsável pela componente sonora no departamento multimédia da empresa, para onde entrou em 2017. 

Como DJ, será o cabeça de cartaz numa das próximas festas do movimento underground em Los Angeles, a 11 de dezembro, através do projeto a solo Insical. 

“É um som muito conceptual”, disse Miguel Azevedo, que lançou o EP “Rift” em 2020 e “Reign” em 2021, com originais e remisturas. “Há que fazer esta distinção entre música eletrónica comercial e música eletrónica underground”, referiu. 

O projeto Insical é “uma avenida de expressão pessoal”, onde considera ser mais importante “fazer parte de uma comunidade do que ser um DJ super estrela”. 

Sobrinho do violoncelista e membro fundador dos Madredeus Francisco Ribeiro, Azevedo disse que sempre teve uma ligação muito próxima com a música. “Se conseguir trazer a um espaço música que ninguém ouviu e tem alguma coisa que toca as pessoas de alguma maneira, fico feliz”. 

Além do projeto Insical, o produtor de 32 anos tem trabalhado com outros artistas, como Gunslinger. O seu intuito é continuar a fazê-lo, pretendendo manter-se na Califórnia. 

“Existe um padrão aqui que não existe em muitos outros sítios, e uma pessoa tem que elevar a fasquia”, salientou. 

Sobre a sua experiência e o que pode representar para quem tenha a ambição de fazer um percurso semelhante, Azevedo aconselhou “dedicação” e “um esforço extra”. 

“Tens que trazer alguma coisa que seja original. Nada impede alguém vir aqui e fazer contactos. Depois é saber navegar este mundo”, continuou. “Nunca ninguém vem para Los Angeles para ser perchista ou pôr microfones não sei aonde. Mas tem que começar por algum lado”. 


PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados