Açoriano Oriental
Empresários dos Açores querem estratégia clara para as privatizações

A Câmara do Comércio e Indústria dos Açores (CCIA) defendeu a necessidade de adotar uma “estratégia clara de privatização” de empresas públicas que têm sido alvo de uma “gestão desastrosa”, ao longo dos anos

Empresários dos Açores querem estratégia clara para as privatizações

Autor: Lusa/AO Online

De acordo com a CCIA, torna-se necessário dar prioridade à economia privada, a “única alavanca autossustentável para o progresso da região”, sendo que para “consolidar o contributo privado na economia dos Açores é necessária uma estratégia clara de privatização de um conjunto de entidades públicas, que têm conhecido uma gestão desastrosa, ao longo dos anos”.

Na sequência de uma reunião da CCIA, o tecido empresarial dos Açores considera, em nota de imprensa, que a racionalidade económica foi “substituída por agendas políticas que põem em risco a própria sustentabilidade da autonomia”.

“É indispensável levar a novo limite as privatizações de diversas entidades públicas por se constatar que os agentes privados têm uma gestão mais eficiente e criadora de valor, ao invés da destruição de valor, como tem acontecido com o setor público empresarial, sempre sujeito a decisões políticas. As privatizações contribuem também para diminuir o risco que estas entidades comportam para as finanças públicas regionais”, sustenta o organismo.

A CCIA classifica, por outro lado, como positivo que o Orçamento do Estado para 2025 contemple uma verba de 150 milhões de euros para a região transformar dívida comercial em dívida financeira, o que “pode contribuir para reduzir os atrasos nos pagamentos por parte do setor público às empresas privadas”.

O organismo representativo dos empresários dos Açores congratula-se com o facto de o Plano e Orçamento de 2025 dos Açores prever a possibilidade de recurso ao endividamento para fazer face a investimentos, designadamente dos cofinanciados por medidas europeias, “abandonando a política de endividamento zero, que se revelou prejudicial para as empresas” com atrasos nos pagamentos.

A CCIA reitera a sua preocupação com o “atraso na execução de algumas medidas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), entre as quais a capitalização das empresas, que “não acontece”, a par do “impacto que o fim da utilização destes fundos vai provocar em muitas atividades económicas”.

De acordo com os empresários, é “preocupante o facto de infraestruturas e outros projetos financiados pelo PRR virem a criar significativa despesa corrente fixa”, o que implica “aumentar a despesa pública regional, num contexto em que a prioridade deveria passar pela redução da despesa corrente”.

A CCIA considera ainda “positiva a evolução da atividade económica regional em 2024, muito impulsionada pelo setor do turismo, que, este ano, vai estabelecer novos recordes em vários indicadores como turistas, dormidas, proveitos, custos e contribuição para o PIB e para a geração de impostos”.

No entanto, o turismo “continua a carecer de investimento público em promoção e em infraestruturas”, sendo “importante que o poder público regional e local apoie fortemente este setor”.


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