Autor: Paula Gouveia
Segundo apurou o Açoriano Oriental junto do HDES, “a Direção Clínica tomou conhecimento do pedido formal de demissão do Diretor do Serviço de Psiquiatria” na terça-feira ao fim da tarde.
O conselho de administração do Hospital Divino Espírito Santo não indica, contudo, as razões invocadas pelo médico psiquiatra para o pedido de demissão.
A demissão surge dias depois de ter sido noticiado pelo Açoriano Oriental que, entre 2022 e 2024, durante o período de vigência da ESMA - Estrutura para a Saúde Mental dos Açores, observou-se um aumento do número de consultas de psicologia e de pedopsiquiatria, mas por outro lado registou-se uma redução no número de consultas de psiquiatria (-286 em 2023 e -1 209 em 2024), um decréscimo para o qual contribuiu especialmente o Hospital Divino Espírito Santo que em 2023 realizou menos 1187 consultas de psiquiatria, e em 2024 menos 1035. E que, em termos absolutos, foi no hospital da ilha Terceira que se realizaram mais consultas, em 2023 e 2024, apesar de ser no HDES que estão concentrados mais recursos humanos na área da psiquiatria.
O HDES tinha no ano passado sete psiquiatras, a que se somaram sete internos em 2023 e 10 internos em 2024; o HSEIT tinha seis em 2023 e três no ano passado; e no Hospital da Horta, apenas um psiquiatra.
João
Mendes Coelho, médico psiquiatra que integra o Serviço de Psiquiatria,
também veio a público, num artigo de opinião publicado no AO, afirmar
que “esta diferença, que o relatório evidencia, exige uma análise séria
sobre modelos de gestão, organização de serviços e aproveitamento de
recursos humanos, sobretudo num contexto em que a procura é crescente e a
doença mental tem rosto, nome e família em cada freguesia”.