Açoriano Oriental
Afeganistão
Dezenas de soldados afegãos fogem para o Uzbequistão

Dezenas de soldados afegãos entraram no Uzbequistão para fugir do ataque dos talibãs, enquanto vários países continuam a preparar a retirada de concidadãos e afegãos em perigo de vida e são fechadas fronteiras.


Autor: Lusa /AO Online

O Ministério das Relações Exteriores do Uzbequistão anunciou hoje, em comunicado, que as tropas uzbeques prenderam 84 soldados afegãos na fronteira entre os dois países, estando a decorrer conversações com as autoridades afegãs para organizar o seu regresso ao país.

Entre o grupo estão três soldados feridos que precisavam de ajuda médica, acrescentou o ministério, explicando que a todos os soldados foi oferecida comida, acomodação temporária e cuidados médicos.

Os talibãs ocuparam no sábado Mazar-i-Sharif, a maior cidade no norte do Afeganistão, que fica a cerca de 100 quilómetros do Uzbequistão por estrada.

Após a captura de Jalalabad na manhã de hoje, Cabul é agora a única grande cidade ainda nas mãos do governo afegão.

Com a saída das forças militares dos EUA e da NATO, as tropas afegãs têm tentado fugir para os países vizinhos da Ásia Central desde que os talibãs lançaram a sua ofensiva.

Entretanto, o primeiro-ministro da Albânia já anunciou que irá abrigar temporariamente centenas de afegãos que trabalharam com as forças militares de manutenção da paz ocidentais e que agora estão a ser ameaçados.

Edi Rama revelou, através da sua página de Facebook, que o Governo norte-americano pediu à Albânia para servir como "local de trânsito para um certo número de emigrantes políticos afegãos que têm os Estados Unidos como destino final".

O Governo albanês também aceitou os pedidos de duas organizações não-governamentais dos EUA para abrigar centenas de intelectuais e ativistas afegãos que foram ameaçados de execução pelos talibãs.

Também o embaixador do Reino Unido no Afeganistão deverá sair do país na segunda-feira, antecipando a viagem por temer que o aeroporto seja ocupado pelos talibãs, avança o jornal britânico Sunday Telegraph.

O Ministério das Relações Exteriores pretendia que Laurie Bristow e uma pequena equipa de funcionários permanecessem no aeroporto com outros diplomatas internacionais, mas a sua partida terá sido antecipada.

Na semana passada, o Ministério da Defesa anunciou que ia enviar soldados para ajudar a sair do país cerca de três mil cidadãos britânicos e dois mil afegãos que trabalhavam com as forças britânicas e, este sábado, uma aeronave Hercules da Royal Air Force saiu do aeroporto transportando diplomatas e civis.

O secretário de Defesa, Ben Wallace, defendeu a decisão da Grã-Bretanha de retirar as tropas do país, explicando que o Reino Unido não poderia "seguir sozinho" depois de os EUA anunciarem a sua retirada.

Entretanto, o Paquistão decidiu hoje fechar um dos pontos de fronteira com o Afeganistão - em Torkham - depois que os talibãs terem assumido o seu controlo, sublinhando que mantinha aberta a fronteira de Chaman.

O Paquistão está prestes a concluir o cerco ao longo da sua longa fronteira e já disse não ter capacidade para receber mais refugiados.

Também os líderes checos já retiraram os seus diplomatas da embaixada e agora aprovaram um plano para a saída de funcionários afegãos que trabalhavam na embaixada em Cabul, porque o governo acredita que correm o risco de "morte e tortura" se ficarem no país.



PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados

Este site utiliza cookies: ao navegar no site está a consentir a sua utilização.
Consulte os termos e condições de utilização e a política de privacidade do site do Açoriano Oriental.