Açoriano Oriental
“Desgastados” com promessas não cumpridas na totalidade

Moradores afetados pelas inundações nos Mosteiros aguardam por ajudas de regime de apoio e dizem-se “fartos”. Candidaturas estão a ser analisadas e tutela estima solução dentro de “meses”

“Desgastados” com promessas não cumpridas na totalidade

Autor: Paulo Faustino

As famílias afetadas há cerca de um ano pelo mau tempo nos Mosteiros dizem-se “completamente fartas e desgastadas” com o que consideram ser a falta de todos os apoios prometidos, após os danos provocados pelas inundações ocorridas a 27 de setembro de 2021 naquela freguesia.

Depois da Câmara Municipal de Ponta Delgada ter atribuído um apoio no valor de 13.372 euros, da Segurança Social ter concedido ajudas e de algumas seguradoras terem avançado com verbas, os sinistrados queixam-se agora por não terem ainda recebido os apoios prometidos pela Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas (SRAAC), através do recém-criado Regime Jurídico-Financeiro de Apoio à Emergência Climática.

“Até agora, o que tivemos de apoios foi da própria população e da Segurança Social, que na altura pediu três orçamentos para um conjunto de quarto de casal e um sofá. As promessas todas que nos foram dadas no dia 27 de setembro de 2021 não foram cumpridas na totalidade até hoje”, desabafa Ana Sofia Andrade, porta-voz dos sinistrados, admitindo que este “é um ciclo que não se fecha enquanto estiver tudo por resolver e para nós, psicologicamente, não está a ser nada fácil”.

Recorde-se que a chuva intensa causou danos em habitações na zona da praia, tendo o transbordo de uma ribeira originado inundações que atingiram nove agregados da Rua da Areia e da Rua da Ponte, que perderam mobílias, eletrodomésticos, viatura(s) e/ou outros bens materiais, deixando-os - à data dos acontecimentos - em grave situação de precariedade.

No caso da moradia de Ana Sofia Andrade, os prejuízos são também ao nível da estrutura habitacional. Ana diz aguardar por mais apoios do tal regime, cujas  candidaturas foram disponibilizadas online entre 7 e 20 de setembro passado. A queixosa alude à situação das suas duas viaturas, que também sofreram danos, para deixar claro que “contactei logo a Secretaria e fiz questão de frisar que não íamos nem temos possibilidades de estar a pagar reboques para cá e para lá com as viaturas, muito menos estar a pagar 6 orçamentos no total. Não tem cabimento nenhum após um ano ser esse o desfecho”.

Fonte da SRAAC confirma a existência daquele período de candidaturas, válido para a intempérie dos Mosteiros (e das Feteiras), sendo que presentemente essas candidaturas estão a ser apreciadas por uma comissão de análise para se “saber o que poderá ser apoiado”.

A mesma fonte faz notar que as pessoas tiveram “oportunidade” de se candidatar às ajudas do referido regime, que “até foi rápido” na operacionalização atendendo à sua “natureza”, estimando ser “uma questão de meses” até os referidos apoios chegarem às famílias.

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