Açoriano Oriental
Da Weasel regressam aos palcos: "Estamos a tocar quase como se fosse a primeira vez"

Após mais de uma década de silêncio, a banda portuguesa Da Weasel está de volta aos palcos. Carlão, um dos integrantes do sexteto, reflete sobre o regresso e o impacto que a banda ainda exerce sobre diferentes gerações. Em conferência de imprensa, ontem, em que o Açoriano Oriental esteve presente, Carlão também delineou o planeamento e objetivos da banda.


Autor: Sara Lima Sousa

O regresso da banda Da Weasel, uma das mais influentes no panorama musical português, tem sido marcado por uma onda de entusiasmo e nostalgia entre fãs de todas as idades. Para Carlão, vocalista da banda, a decisão de retornar foi tomada com cautela e sem grandes ambições predefinidas, mas com um objetivo claro: revisitar locais e memórias que marcaram a carreira do grupo.

"O planeamento desde o regresso dos Da Weasel tem sido quase concerto a concerto, sem grandes planos e objetivos definidos, mas havia uma coisa nós queríamos fazer”: atuar nas ilhas, referiu, “porque são uma parte muito importante da nossa história e temos aqui muitas memórias", explicou Carlão. E, “queríamos distribuir geograficamente os concertos de norte a sul do país”, acrescentou.

A preparação para o retorno, no entanto, não foi fácil. Na ótica de Carlão, juntar os integrantes e tocarem juntos depois de tanto tempo separados foi “uma carga mental muito pesada”, admitiu, destacando a intensidade do processo de ensaios e da “grande responsabilidade” que sentiram. “Não tivemos cabeça para mais nada se não voltar a tocar os temas que já tínhamos, com grande energia, e fazê-lo bem”, realçou. Neste momento, confessou que não foi desenvolvido nenhum trabalho novo porque o foco tem estado, “precisamente, nos ensaios e nos concertos”, revelou.

As músicas de Da Weasel resistiram ao teste do tempo, algo que Carlão vê como um dos maiores triunfos da banda. "As canções têm ultrapassado aquilo que é para qualquer música o teste supremo, que é o do tempo. Felizmente, as músicas que saíram desde '95 ainda hoje em dia ouvem-se e são intemporais", revelou o vocalista. Esta curiosidade tem levado pais e filhos a partilharem a experiência dos concertos, num ambiente familiar e intergeracional.

Musicalmente, os Da Weasel mantêm a sua essência, caracterizada por uma diversidade de influências que sempre foi a marca registada da banda. "É uma liberdade muito grande aquilo que acontece em Da Weasel musicalmente, porque se é certo que nós temos uma grande influência do hip hop, os Da Weasel sempre foram um 'melting pot' de muitas referências", afirmou Carlão.

"Somos muito diferentes entre nós, mas muito parecidos. A música é algo universal e dentro daquelas que são as nossas diferenças e as nossas referências musicais acabamos por juntar tudo e, de uma forma estranha, aquilo cola e bate certo”, desenvolveu.

No final da conferência, Virgul, também membro da banda, apontou uma diferença entre os concertos que têm acontecido ultimamente e aqueles que faziam antes da pausa: acha que estão “melhores a tocar ao vivo”. Um dos primeiros concertos deste regresso acontece esta quinta-feira, dia 8 de agosto, na Ribeira Grande, no MEO Monte Verde. "Estamos a tocar quase como se fosse pela primeira vez e isso é uma sensação impagável”, destacou Carlão.

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