Autor: Lusa/AO Online
“É uma preocupação nossa. Nós exportamos algum produto para aquele país. Estamos a falar 11% da nossa faturação. É significativo. Vamos aguardar para ver o que é que vem. É claro que, se as taxas forem muito elevadas, vai-nos prejudicar bastante”, afirmou aos jornalistas António Aguiar.
O responsável pela Uniqueijo, que junta as cooperativas da ilha e é responsável pela comercialização do queijo de São Jorge, disse ser necessário esperar para perceber que tipo de tarifas vão ser impostas àquele produto, um ‘ex-líbris’ da gastronomia dos Açores.
“Já falámos com os nossos clientes nos Estados Unidos sobre essa preocupação. Nós há quatro anos tivemos a mesma situação. Na altura foram 25%. Houve uma pequena baixa nas vendas, mas não tão grave como pensávamos”, recordou, falando à margem da assinatura de um protocolo para candidatar o queijo de São Jorge a Património Cultural Imaterial.
António Aguiar alertou que o “maior prejudicado” com aquelas tarifas é o consumidor final e defendeu a necessidade de procurar outros mercados emissores para o queijo de São Jorge.
“Nós teremos de encontrar novos mercados. Esse será um foco nosso. Se baixarmos o nosso produto e as vendas para aquele mercado, claro que teremos de encontrar outro. É um trabalho que demora o seu tempo, mas terá de ser necessário”, sublinhou.
Por sua vez, o presidente do Governo dos Açores mostrou-se confiante de que o queijo de São Jorge vai “continuar a merecer a preferência” dos consumidores, apesar de as tarifas poderem ter impacto no preço do produto.
“Essas políticas protecionistas não favorecem – é preciso reconhecer com objetividade – o comércio internacional. No entanto, tenho um grau de confiança tão elevado na excelência do queijo que o consumidor americano, tenha ele origem açoriana, portuguesa ou outra qualquer, não vai com certeza deixar de o consumir”, afirmou José Manuel Bolieiro.