Açoriano Oriental
Canadá investiga possível existência de “esquadras ilegais” chinesas no seu território

A polícia canadiana está a investigar a alegada existência de “esquadras ilegais” chinesas no Canadá, que qualificou como “interferência” de uma potência estrangeira e uma ameaça à segurança nacional, divulgou esta força policial.

Canadá investiga possível existência de “esquadras ilegais” chinesas no seu território

Autor: Lusa/AO Online

Para a Real Polícia Montada do Canadá, a possível existência de esquadras clandestinas representa uma ameaça à segurança nacional, referiu em comunicado.

A investigação teve início depois da organização não-governamental (ONG) Safeguard Defenders ter denunciado que o Governo chinês opera esquadras ilegais em mais de 50 países em todo o mundo, incluindo três na região metropolitana de Toronto, a maior cidade do Canadá.

Esta ONG também identificou três estruturas idênticas em Portugal, o que motivou a abertura de uma investigação a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), segundo divulgou no final de outubro a Procuradoria-Geral da República (PGR).

A Polícia Montada do Canadá explicou que, após a informação tornada pública, “está a investigar para apurar” se ocorreram atividades criminosas contra a comunidade chinesa no país.

“O nosso objetivo é evitar intimidação, ameaças e assédio contra qualquer comunidade no Canadá, bem como qualquer forma de dano iniciado em nome de uma entidade estrangeira”, sublinhou esta força policial.

As autoridades canadianas também solicitaram ao público informações sobre a existência de esquadras ilegais ou quaisquer ameaças ou intimidações relacionadas às atividades desses centros.

No relatório divulgado em setembro, a ONG Safeguard Defenders acusou Pequim de manter meia centena de “centros de serviço policial” em vários países, que terão persuadido 230.000 alegados fugitivos a regressar à China entre abril de 2021 e julho de 2022. Três dessas “esquadras ilegais” funcionariam em Portugal, segundo a ONG, com sede em Madrid.

O relatório da Safeguard Defenders foi divulgado em Portugal pelo líder da IL, João Cotrim Figueiredo, no final de setembro, durante um debate na Assembleia da República.

A China já rejeitou as acusações de que terá criado meia centena de “centros de serviço policial” em vários países para controlar dissidentes, incluindo em Portugal.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, defendeu que as estruturas “são, na verdade, centros de serviços para chineses no estrangeiro”.

Já a Comissão Europeia realçou no final de outubro que cabe aos Estados-membros investigar a existência de alegadas esquadras chinesas na União Europeia (UE).


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